Acerto de contas! Artigo redigido por Raul Tartarotti, optando o redactor por o fazer em português do Brasil.
Bem aventurados os corajosos de plantão que seguem incontidos na emoção de uma nova experiência lúdica ou fugaz, para suas vidas, lhes restando apenas enfileirar uma delas, na vez, oportunizada pela insistência.
Não devemos desistir de carregar a dor da reconstrução, ela é apenas a forma que se apresentou para dizer que a conta da vida ainda está aberta, em compasso de espera de suas novas decisões, mesmo que parcas e tímidas, porém, destemidas e insistentes, plantadas nesse fulgor de esperança, às margens do rio que ainda corre em nossas veias abertas.
Não deixemos o passado nos afortunar com acomodação e brevidade nos passos. Esse rumo desajeitado e torto espera uma atitude para consertá-lo e trazer sentido à isso tudo que passa, porque tudo passa, e nós que ficamos agora, somos os operários desse caminho que vai iluminar a muitos, depois que aprontarmos tudo para utilizarem.
Não esqueçam que a vida não nos deve absolutamente nada, mas sim espera a sua escolha, seja ela a próxima tentativa ou a primeira, de tantas, ou que talvez lhe pareça a última na lousa, que aguarda sua assinatura como titular dessa obra.
Façamos um acerto de contas com a vida, um sub total, porque ainda estamos vivos, da maneira possível, e seguindo á busca de respirar mais leve, com um pouco de lágrimas e suor rasgado nesse corpo batido pelo tempo e surrado pelas ideias.
Algumas não deram em nada, outras tantas desenharam uma estrada que nos deixou nesse paradouro, para tirar umas fotos com alguém, ou sozinho, olhando para o nada, que também não responde, mas segue a espera de um desbravador, um aventureiro de calçadas sobrevividas de tanto pisar, marcadas por trilhos singulares, e outros nem tanto, mas que foram pintados de destino, desenhados por artistas que teimam enxergar um paraíso naquele túnel sem fim que é o nosso futuro.
Estamos a busca de vida aos dias e não de apenas dias as nossas vidas, e como lembrou com inteligência o Apóstolo Paulo: “Tudo posso, mas nem tudo me convém”. E ao tentarmos cruzar tal fronteira limitada a nossa carência, que se mantém resguardada, não por pastores alemães e muros encimados de arame farpado, mas pela névoa espessa dos paradoxos de que somos feitos, descobrimos, trêmulos, que também somos sentinelas de nós mesmos.
Que atire a primeira pedra quem nunca se esconde de si mesmo.
Se você pudesse olhar para o espelho sem a máscara que criou, quem você enxergaria?