Agradável noite de Toureio no Montijo, ontem, 2 de Setembro.

Texto e Foto: Sónia Batista
A última corrida da temporada Montijense, a VIII Corrida das Tertúlias Montijenses contou com um cartel de seis cavaleiros, um matador de touros e três grupos de forcados para os cumpridores Varela Crujo com pesos entre os 490 e os 580 para a parte equestre e 450kg para o toureio a pé.
Foram portanto sete touros para uma noite que se adivinhava longa na Praça de Touros do Montijo, mas a qual veio a revelar-se agradável em vários sentidos. Houve bons momentos de toureio a cavalo; toureio apeado para entendidos e pegas com alma e coração.
A Praça de Touros Amadeu Augusto dos Santos contou com meia casa fraca, com Luís Rouxinol a abrir a noite, com uma lide que evoluiu de forma muito positiva e culminou em um par de bandarilhas e uma rosa de excelente nota.
Filipe Goncalves também esteve em bom plano, mostrando valor nas sortes com marcação ao piton contrário (principalmente ao quarto curto). Finalizou a sua lide com um excelente par de bandarilhas com valorosa passagem entre tábuas e touro.
João Moura Caetano teve em sorte o melhor touro da noite, touro esse que foi premiado com volta. Moura Caetano conseguiu uma lide em plano superior mostrando-se tanto ele como a sua quadra de cavalos em grande forma; principalmente nos últimos três curtos.
O quarto touro da noite foi lidado a pé por António João Ferreira que conseguiu não só mostrar o bom do toureio apeado português como também ensinar o público a apreciar a “arte de montes que deu ao toureio serenidade e calma”.
Foi uma faena para entendidos, que primou pela “quietude” ou como quem diz, pela calma, silêncio, suavidade, temple.
De capote o matador lanceou por verónicas rematadas de meia veronica para posteriormente seguir por gaoneras.
O tercio de bandarilhas foi executado corretamente por Pedro Paulino.
Ferreira mostrou poder, iniciando o tercio de muleta de joelhos para rematar com molinetes e passe de peito. Dai para a frente foi ao encontro de mostrar o seu conceito purista, de pés quietos a toureando por ambos os lados.
A lide culminou com circulares rematados com passe de peito transmitindo a verdade e a elegância do toureio de António João Ferreira.
Voltando ao toureio a cavalo, a noite seguiu com Duarte Pinto apresentando uma lide clássica, algo discreta mas com muitos bons modos de equitação. Dá gosto ver um cavaleiro que tem preceito a montar a cavalo.
Andrés Romero teve uma noite inspirada e cansativa já que finalizou no Montijo com quarta corrida do dia. Deixou a fasquia muito alta com as suas imponentes sortes com marcações ao pitón contrário. Foi bastante aplaudido pelo público.
Mara Pimenta com uma lide a trazer frescura e simpatia e a cumprir o ofício com bons modos, principalmente ao terceiro curto atacando em sorte frontal e rematando com passagem entre tábuas e touro.
Para as pegas esteve em disputa o prémio José Luís Figueiredo, para o qual os cabos dos três grupos de forcados em competição; Amadores do Ribatejo, Tertúlia Tauromaquia do Montijo e Amadores do Montijo foram júris.
Pelos Forcados do Ribatejo foi à cara Dário Silva que consumou à segunda tentativa e Pedro Espinheira que se despede de cabo esta temporada e consumou à primeira.
Pela Tertúlia Tauromaquia do Montijo, Tiago Foguete concretizou à segunda tentativa e Iúri Cardoso levou consigo o troféu em disputa com uma valorosa pega consumada à primeira.
Os Amadores do Montijo com Hélio Lopes a concretizar à primeira tentativa e José Pedro Suiças a fechar a noite também com uma pega vistosa consumada à primeira.
Nesta noite despediu-se das arenas o forcado Nuno Dias do Grupo de Forcados Amadores do Montijo com uma bonita e merecida homenagem.