Alcácer do Sal: Francisco F. Núncio triunfa na tomada de alternativa, na corrida realizada este sábado.
A Praça de Touros João Branco Nuncio, em Alcácer do Sal, recebeu, este sábado, uma corrida de touros na qual Francisco F. Núncio tomou alternativa como cavaleiro profissional. Frente a touros da ganadaria Branco Núncio, actuaram os cavaleiros João Moura, Duarte Pinto (que substituiu Manuel Telles Bastos) e Francisco F. Núncio e os Forcados Amadores de Montemor e Lisboa.
Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Rute Nunes e Carlos Pedroso
Após as cortesias, João Moura concedeu alternativa a Francisco F. Núncio. Assim, coube ao jovem cavaleiro abrir as actuações.
Francisco F. Núncio iniciou a actuação com uma sorte gaiola, prosseguindo depois a actuação, com uma concepção artística muito clássica, tentando desenhar sortes de frente, dando vantagem ao touro e reunir ao estribo. A lide foi agradável, com o jovem ginete a mostrar qualidades, frente a um touro que não complicou a função do ginete, demonstrando mobilidade e investida. Destaca-se um ferro curto de boa qualidade, pelo desenho da sorte e a reunião resultar correcta.
João Vacas de Carvalho, dos Amadores de Montemor, concretizou a pega ao segundo intento.
Volta à arena para cavaleiro e forcado.
João Moura desenhou uma lide positiva, sem romper. Após cravar dois ferros compridos, seguiu para a ferragem curta, na qual demonstrou a sua extraordinária e rara intuição para escolher sempre os melhores terrenos para as cravagens. Uma actuação que valeu pelo desenho das sortes e pela brega que, a espaços, proporcionou, recriando-se com o touro.
Nuno Fitas, pelos Amadores de Lisboa, concretizou a pega ao quinto intento. Na quarta tentativa, um forcado acabou por se lesionar, saindo de maca.
Volta autorizada apenas para o cavaleiro.
Duarte Pinto teve por diante um bom touro, ao qual devia ter sido dada uma lide mais templada e sem tanta velocidade. Duarte esteve no habitual estilo clássico, com sortes desenhadas de frente. Teve ainda dois ferros cravados a sesgo, de mérito. Os momentos das reuniões nem sempre foram cingidos.
Vasco Ponce, pelos Amadores de Montemor, saiu de maca à segunda tentativa. O grupo resolveu pegar o touro de cernelha, por António Pena Monteiro e Francisco Godinho.
A segunda actuação de João Moura tem pouca história. Uma brega quase inexistente, cravou ferros atrás de ferros, sem qualquer preparação das sortes e os bandarilheiros intervieram em excesso. Não foi nem bonito nem agradável.
Pelos Amadores de Lisboa, foi à cara o forcado Duarte Mira, concretizando a pega ao segundo intento. Muito bem o primeiro ajuda, a ser essencial para o sucesso da pega.
Duarte Pinto teve uma segunda actuação irregular quanto à cravagem, com a maioria das reuniões a não resultarem cingidas. Pela positiva Destaca-se o quinto ferro curto, numa sorte bem desenhada, com reunião ajustada e a rematar bem.
Vasco Carolino, pelos Amadores de Montemor, concretizou a pega ao primeiro intento.
Francisco F. Núncio desenhou uma lide muito interessante, frente a um touro complicado e que por várias vezes se mostrou desinteressado e com querença em tábuas. O jovem cavaleiro esteve galhardo na forma como enfrentou as dificuldades, desenhando bem as sortes, cravado com correcção e mantendo uma boa ligação com o público, sem exagerar. Destaque para um curto cravado em terrenos apertados, junto às tábuas, de grande mérito.
João Varanda, pelos Amadores de Lisboa, concretizou a pega ao primeiro intento, numa excelente execução, aguentando os derrote e com o grupo a fechar bem. Grande momento.
O curro de touros da ganadaria de Branco Núncio saiu com muito boa apresentação, para a praça em questão, maioritariamente com comportamento suave para a lide a cavalo, pedindo lides templadas (o que nem sempre aconteceu). Para as pegas, foram mais bruscos e a exigirem identidade aos forcados. Um bom curro, que ajudou a uma boa tarde de touros.
A praça registou muito boa entrada de público, além de um ambiente muito agradável e aficionado durante toda a corrida.
Corrida dirigida pelo delegado técnico tauromáquico Agostinho Borges.