Estreia hoje, 04 de Janeiro, “Terapia”, a nova série da RTP1, que conta a história de cinco pacientes diferentes e segue quatro tratamentos psicoterapêuticos em curso no consultório do terapeuta.
Uma viagem pelo intrigante e fascinante mundo da psicoterapia, onde cada dia da semana pertence à história de um paciente específico.
À segunda-feira
Laura idealizou uma relação, transferiu sentimentos. Parece haver sentimentos de ambivalência, de toca e foge nas três relações apresentadas que não são plenamente vividas por um motivo ou por outro. Revelando alguma ambivalência no expressar dos sentimentos, relativamente ao pedido de ajuda, verificam-se conteúdos relacionados com a temática de separação e autonomização. As sessões têm como objectivo, de entre outras situações, alterar estruturas emocionais, indicando que no primeiro momento seria a razão para a sua vinda. Possíveis traços de personalidade “estado limite” a confirmar. Os mecanismos mais utilizados são: defesa e negação.
À terça-feira
O Alexandre parece desconhecer o propósito das consultas (transmitiu a ideia de que lhe poderia ser útil, para uma opinião, como se de um sofista se tratasse, “um saber pronto, como na antiga Grécia”). Mostrou, desde o início, resistência a abordar as sensações, emoções e pensamentos associados à queixa de ansiedade não expressa. Parece haver uma perturbação de identidade e género a clarificar em próximas sessões e um possível padrão de vinculação inseguro com as figuras parentais (pai severo, mãe permissiva). Os mecanismos mais utilizados são: defesa, negação e identificação projectiva.
À quarta-feira
Complexo de Édipo parece não resolvido, indica existir uma disputa entre a adolescente e a mãe, dirigindo sentimentos hostis em relação à progenitora, negando expressar sentimentos, parece haver comorbilidade de sintomas a confirmar em próximas sessões. Clarificar os objetivos das sessões, conhecer melhor a Sofia, estabelecer uma relação de confiança e confidencialidade e explorar as questões relacionadas com o pai e treinador, relacionados com a temática de separação e autonomização. Os mecanismos mais utilizados são: defesa, negação e formação reativa.
À quinta-feira
Enfatização dos conflitos conjugais e da não dificuldade de aceitação do outro. Verdadeiros conflitos conjugais parecem indicar que esta relação se estabeleceu em bases bastante primitivas. Abrir caminho para a emersão dos conflitos conjugais, até então, latentes, ajudar o confronto como forma de aceitação mútua. Os mecanismos de defesa de Jorge são: negação, resistência e projeção, e da Ana são: defesa e projeção.
À sexta-feira
O objetivo é a reorganização parcial da estrutura psíquica para a mudança significativa do quadro de sintomas. Parece tratar-se também de contratransferência que resulta da influência do paciente, ligado à transferência, reações emocionais inconscientes do terapeuta frente às investidas afetivas do paciente. Entretanto, tais reações emocionais são consideradas como obstáculos ao tratamento, por isso devem ser diferenciadas das emoções do paciente e por fim dominadas. Análise da transferência com a análise da situação do dia a dia do Mário externa à sessão, atenção à ligação entre a transferência e os objetivos a longo prazo do tratamento, trata-se de situações passadas, terá o paciente entrado em drop out, tendo regressado passados dez anos.
As técnicas usadas são: clarificação, confrontação, interpretações do aqui e agora. A técnica da interpretação inclui a clarificação e a confrontação no comportamento verbal e não verbal. O mecanismo de defesa é: resistência, uma defesa que surge no seio da relação de transferência contra a ansiedade, tristeza ou culpabilidade, bem como um evitamento das vivências de perda que a mudança implica. Mário tem capacidade de insight, consegue estabelecer relações entre a ansiedade e eventos anteriores da sua história pessoal. Não aceitação da sua vulnerabilidade.