André Ventura defende que “os deputados não devem ser escolhidos por serem homens, mulheres, negros ou gays.”

A reacção do deputado e líder do Chega é referente a uma notícia da Sábado sobre a lei da paridade aplicada às listas para as legislativas.

André Ventura, deputado único do Chega, considerou esta segunda-feira que a lei da paridade aplicada às listas para as legislativas é “um absoluto disparate“, em reacção à notícia da revista Sábado dando conta que a lista em que foi eleito não cumpriu este requisito legal.

A Sábado noticiou que a lista de candidatos pelo círculo de Lisboa que o partido Chega apresentou às eleições legislativas do ano passado não cumpriu a paridade de género, uma vez que nos 24.º, 25.º e 26.º lugares surgem três homens.

A Lei da Paridade nos Órgãos Colegiais Representativos do Poder Político, nos quais se inclui a Assembleia da República, indica que “não podem ser colocados mais de dois candidatos do mesmo sexo, consecutivamente, na ordenação da lista” de candidatos.

Segundo a Sábado, esta questão foi identificada por um cidadão e comunicada à secretaria-geral do Ministério da Administração Interna e à Comissão Nacional de Eleições (CNE).

A Sábado indica que, apesar de admitir que o não cumprimento da paridade implica “a rejeição de toda a lista”, a CNE descarta responsabilidades, apontando que segundo a Lei Eleitoral da Assembleia da República cabe ao “juiz presidente da comarca com sede na capital do distrito ou região autónoma que constitua o círculo eleitoral” verificar “a regularidade do processo, a autenticidade dos documentos que o integram e a elegibilidade dos candidatos“.

Confrontado com esta situação, o presidente do Chega, e único deputado eleito pelo partido em 2019, pela referida lista, referiu desconhecer esta questão e disse à Lusa que “independentemente de ter sido cumprido ou não [o requisito], esta paridade na lista de deputados é um absoluto disparate“.

As pessoas têm de ser escolhidas por mérito e não pelo sexo, raça, etnia ou religião“, acrescentou André Ventura.

Questionado se receia as consequências desta situação para o partido, como uma possível perda do mandato, o deputado respondeu que “a vontade do povo não pode ser anulada por requisitos absurdos“.

 

Texto: Infocul.pt/Lusa