João Loy, actor e fadista, anunciou, através das redes sociais, a sua intenção de candidatura às eleições legislativas. Após José Castelo Branco ter afirmado a mesma intenção, esta é provavelmente a segunda candidatura mais surpreendente. João Loy concedeu entrevista ao Infocul, conduzida por Rui Lavrador, para falar sobre o que pretende com esta candidatura. ‘Ordem’ é o nome do movimento, que tornar-se-á partido.
Refere que “o nome do movimento chama-se ‘Ordem’, movimento que mais tarde tornar-se-á num partido, obviamente, mas o nome é ‘Ordem’”.
Revela que “os ideais são tão simples quanto isto, tal como nome do movimento indica, ‘Ordem’, estamos fartos desta politicagem, temos de pôr ordem nestes políticos da treta, temos de pôr ordem na corrupção que começa a ser demasiada, temos de pôr ordem nas mentiras que os políticos nos dizem no dia-a-dia, nesta sociedade que está politizada e que não quer acreditar nos princípios, nos valores da família, tanta coisa que podia dizer mas que não vale a pena estar já aqui a massacrar. Esta desordem não pode continuar mais, as pessoas não têm orientação, não sabem os caminhos a seguir”.
Quando questionado se esta candidatura é uma resposta à candidatura de José Castelo Branco, diz que “este movimento não surge apenas porque o José Castelo Branco se candidata, o que eu acho é que mais uma vez a política está a entrar pelo lado da palhaçada. E uma coisa é fazer com algum humor, e eu sou pelo humor, outra é fazer pela palhaçada. E isto para mim, tudo o que esse senhor está a fazer, não tem valor nenhum. Está a criar uma rampa para se promover a ele próprio”.
“Nós que temos uma profissão exposta, que conseguimos chegar a algumas pessoas, e não sou dono da verdade, mas acho importante criarmos alguma luz, obrigar as pessoas a pensar, a ver as coisas de uma forma mais clara. Se todos nós ,que temos meia dúzia de seguidores, conseguirmos chegar ao coração, não queria dizer, e inteligência, se conseguirmos que que todos comecem a pensar mais um bocadinho, acho que faz toda a diferença e é importante”, acrescenta.
Sobre a burocracia para formar partido e criar equipa, diz que “nesta país não se faz nada sem passar pela burocracia e perder-se horas e horas, nas filas, para se chegar a uma repartição…e portanto nós, digo nós porque já tenho equipa, a trabalhar para levar avante esta burocracia e toda esta candidatura”. Quando questionado se vai levar este processo até ao fim, questionou “Estás a perguntar se é para levar até ao fim?”, dando logo a resposta, “é óbvio! Pelo menos enquanto sentir que as pessoas me apoiam. Se as pessoas não me apoiarem claro que desisto, mas pelo menos fico com a consciência tranquila que tentei o mais possível alertar as pessoas para o que é o dia-a-dia”.
Quanto coligações também foi pronto na resposta, “quase de certeza que não”, acrescentando que “se eu comecei a gritar ou falar em voz alta é exactamente porque não acredito nestes políticos, portanto eu não quero nada com quem já esteja politizado. Ou acreditam no que eu digo ou escolham outros”.
“Eu diria que esta acção é de alguém que já está louco com esta política, portanto quando me questionas se é loucura ou patriotismo, eu diria que é patriotismo misturado com esta loucura a que estes políticos após o 25 de Abril nos têm obrigado”, disse quando questionado se a intenção de candidatura era loucura ou patriotismo, explicando que “é através desta loucura que vou para a rente com este movimento que mais tarde tornar-se-á partido” e que “esta gente não fez o 25 de Abril para governar o país mas para se governarem a si próprios”, esclarecendo que “não quero nem apoio a ditadura nem que se viva como se vivia antes do 25 de Abril”.
Dá como exemplo que “não há dia nenhum em que uma entidade, um presidente de câmara, um ministro, um secretário de estado, além de dizerem as maiores atrocidades, roubam e mais roubam e tudo em beneficio deles próprios e da família deles. Não quero alongar-me muito mas há muito por dizer desta escumalha”. “Se repusessem tudo que roubaram e os milhões que desapareceram dos cofres do estado, não teríamos dívida externa”.
Por fim, assume que “serei um político com humor, porque acredito que com humor se podem dizer muitas verdades. E farei humor na política, porque uma das coisas que percebi ao longo da minha vida é que a brincar se podem dizer muitas verdades e chegas com mais rapidez, verdade e acerto ao coração das pessoas”.