Nuno Galopim é um dos nomes responsáveis pela escolha dos compositores no Festival da Canção RTP, e antes da apresentação à imprensa, falou ao Infocul sobre as novidades para a edição de 2019.
Relativamente a diferenças, comparativamente a 2018, começou por destacar “a redução do numero de concorrentes, o que nos obrigou por um lado a retomar o modelo de 2017, o que me parece ser o correcto”, justificando que “o ano passado era um ano especial, era o ano em que acolhíamos a Eurovisão e quisemos alargar o leque de escolhas de representação da música portuguesa. Nós ao reduzir, tivemos uma cautela para garantir que a qualidade do género estivesse bem representada, por isso sobretudo os 14 nomes convidados pela RTP tivemos aí muito cuidado em ter representadas figuras que traduzissem a nossa atenção para os vários géneros musicais, não quer dizer que sejam necessariamente desafiados a fazer uma canção de rock porque estão associados ao rock, porque há liberdade estilística, há liberdade artística, mas a representatividade essa era fundamental”.
Quanto aos critérios utilizados na escolha, relembrou que “na verdade os mesmos que presidiram à nossa forma de pensar de 2017 e 2018, quando se parou para pensar em 2016. O grande desafio foi de como reactivar um formato que é da RTP e que ao longo destas épocas todas tem ajudado a RTP a estabelecer uma relação com a contemporaneidade da música portuguesa, no fundo foi isso que se fez, tentar devolver o Portugal que faz a música todos os dias, os músicos que fazem os discos que ouvimos, que estão na rádio, que fazem concertos, que actuam nos festivais. Foi trazer esses de novo para o festival da canção e é isso que temos vindo a fazer nos últimos três anos”.
Quando questionado se não faltaria tradição, por exemplo Fado, retorquiu questionando “O que é tradição? Tiago Machado, compôs o ‘Oh gente da minha terra’ da Mariza, e foi por isso que ele foi escolhido. Foi nome que foi chamado por ter uma relação com o Fado”, dando ainda outro exemplo, “assim, como o Flak, que está aqui, que é um nome que está associado à história da cultura pop portuguesa desde os anos 80 com os Rádio Macau, ou seja está aqui o passar dos tempos, há aqui nomes que nós associamos a vários géneros musicais”.
Sobre o que ainda espera fazer no Festival da Canção, sorriu e revelou: “O que eu espero continuar a fazer é tudo, menos ter de cantar”.
Entrevista e Texto: Rui Lavrador
Fotografia: Alexandre Marques