Marta Chasqueira esgotou este sábado o Auditório Fernando Lopes Graça em Almada com o espectáculo “Sola”. A artista portuguesa levou o Flamenco e a Andaluzia a palco com uma actuação memorável.
Perante uma sala esgotada, Marta Chasqueira proporcionou aproximadamente uma hora de grande espectáculo, em que o Flamenco foi rei, transportando o público para um sítio algures na Andaluzia.
Consigo em palco, Marta carrega toda a sensualidade, doçura, dor, força, violência e debilidade, raça e atitude que o flamenco exige. O seu olhar meigo mas intenso “mirando” o infinito dá ainda mais brilho à linguagem corporal.
Neste espectáculo há a destacar a sua capacidade interpretativa das personagens de cada tema. Marta é de um talento e sensibilidade que ao vivo arrebata.
Isto porque num espectáculo muito bem preparado estiveram em palco as três principais “armas” do flamenco: canto, guitarra e dança”. Mas o que mais sobressaiu foi a atitude, a manifestação da sua alma transpondo para o público sentimentos e emoções que no comum do ser humano se encontram trancadas. E fê-lo com emoção e denotando um imenso prazer no que fazia.
Em “Sola” o olhar perdia-se e centrava-se no baile de Marta, no movimento dos braços, nas mãos, nas expressões do rosto, na força que batia com o tacão marcando o ritmo, no sapateado e nos movimentos que efectuou com o vestido e com os xailes.
E não nos podemos esquecer que um espectáculo de flamenco é por si um espectáculo sedutor, em que a “bailaora” se expressa como uma mulher firme e convicta sem medo de mostrar a sua força.
Este sábado tudo isso foi visível em palco, o mesmo que Marta Chasqueira partilhou com Laura Castro (voz), Carlos Mil-Homens (percussão), Juantxin Osaba ( guitarra).
Para este domingo Marta Chasqueira leva ao mesmo espaço o espectáculo “Identidade F”, em que Fado e Flamenco se unem, a partir das 17:00.