A apresentação da edição de 2016 do festival NOS ALIVE aconteceu no Palácio dos Anjos, em Algés. Esta é a décima edição do festival que sempre se realizou no concelho de Oeiras. Ao longo destes dez anos houve 747 actuações de nomes como Green Day, Muse ou Dave Matthews Band ;430 horas de música que foram escutadas por um milhão e setecentos mil espectadores, sendo a maioria portugueses e 15 mil estrangeiros. Os ingleses, franceses e espanhóis estão, todos os anos, em força no passeio marítimo de Algés.
Para Álvaro Covões, director do festival “é notável que um evento consiga atrair tanta gente“. Turistas, que ao contrário do comum dos festivaleiros, ficam alojados em unidades hoteleiras. Já Paulo Vistas considera que o festival e o elevado número de turistas “ajuda na divulgação do país. É o reforço do nosso orgulho nacional. Este festival é o exemplo de que nós sabemos fazer e fazemos muito bem“.
Um dos chamarizes para os turistas é a cobertura que a imprensa internacional dá ao evento. ” Este ano a imprensa americana descobriu-nos e considerou-nos o melhor cartaz de 2016. Somos o único festival do mundo que tem os Arcade Fire ou os Radiohead no cartaz“, disse o produtor.
A 7 de Julho actuam os My Chemical Brothers e os Pixies. A 8 de Julho é a vez dos Radiohead, Tame Impala e Foals. Para o último dia, 9 de Julho, ficam os Arcade Fire e os portugueses Paus.
Estes são apenas algumas das inúmeras bandas a ver nos três dias de festival. Mas o NOS ALIVE não tem só os melhores cartazes ou é aquele que atrai mais pessoas. São os primeiros também no que toca à inovação. O recinto do festival tem uma zona dedicada às grávidas ( já que gravidez não é sinónimo de doença), um palco virtual ( Coachella só utilizou o mesmo conceito dois anos depois a este ter sido experimentado em Portugal), um palco dedicado à comédia ( local onde já actuaram os melhores nomes do género, no nosso país, como é o caso de Herman José), a atribuição de doze bolsas de investigação para jovens cientistas, o reaproveitamento da comida que não é vendida no recinto do hospital ou a emissão do festival em directo, na RTP online, recorrendo a três janelas em simultâneo. ” É uma experiência que só os grandes festivais internacionais fazem“, refere quando se fala na emissão com três janelas em simultâneo. Esta forma de comunicação foi utilizada no ano passado. Os espectadores da RTP puderam assistir ao concerto dos Muse como se estivessem no recinto.
O NOS ALIVE foi considerado dos melhores festivais urbanos do mundo. “É um orgulho muito grande, uma satisfação muito grande. Esta foi uma aposta que a câmara fez há 10 anos e foi uma boa aposta. Temos a certeza que valeu a pena. Tanto pela qualidade do festival como do ponto de vista turístico e da divulgação da economia local. Temos um orgulho muito grande de estarmos associados aqueles que hoje são considerados dos melhores festivais do mundo“, diz Paulo Vistas. O presidente da câmara municipal de Oeiras considera que “é mais difícil manter a camisola amarela do que ganhá-la“, referindo-se a esta nova distinção. “É um desafio que estamos muito empenhados em acompanhar“, disse. “Nós também sabemos fazer e sabemos fazer bem“, elogia o representante do executivo municipal.
Já Álvaro Covões responde: “Sinto-me muito contente com a equipa que constitui a organização do festival. Não só a equipa da Everyting is new mas como todos os parceiros que nos ajudaram a colocar Portugal no mapa e mostrar ao mundo que somos capazes de fazer o melhor do melhor. Já o tínhamos mostrado no europeu de futebol, em 2004, quando realizámos um festival que foi considerado como exemplar. Estamos no campeonato dos grandes festivais do mundo. Isso é fruto da organização, conceito do festival e cartazes“.
” A música faz parte daquilo que é a nossa programação cultural. A música faz-nos felizes e é isso que queremos para os munícipes de Oeiras“, diz o presidente da câmara que mais uma vez recebeu o festival no seu município. A conferência de imprensa foi brindada com sol e regada com muitos nomes e boa música. Presentes no evento estiveram: Álvaro Covões ( Everyting is new); o presidente da câmara municipal de Oeiras, Paulo Vistas e a representante da comunicação da NOS.
O passeio ribeirinho recebe este festival já há dez anos e, como em todos os anos, o mote é “o melhor cartaz de sempre“. Paulo Vistas , presidente da câmara de Oeiras, e um dos parceiros mais antigos do evento diz que “ao longo de dez anos aprendi muito. O festival entrou mesmo no espírito de Oeiras“. “No início foi difícil. Mas o Álvaro teve todo o mérito. É justo fazer referência a todos os elementos que criaram uma logística muito complexa“, disse Paulo Vistas.
Alguns dos nomes que aqui figuram foram anunciados há um ano, na edição de 2015. Depois de um 2015 com casa cheia, 2016 promete ser ainda melhor. O festival realiza-se nos dias 7,8 e 9 de Julho no passeio marítimo de Algés. Os artistas vão estar divididos por inúmeros palcos. Um deles é o palco Heineken, que para Álvaro Covões “é um festival dentro do festival”. Outro é o palco Clubbing que este ano tem a curadoria deDj Kamala.
Este palco é dedicado à música portuguesa, ao hip-hop e rap feito em português. A temática do palco é “NOS ALIVE e os nossos“. Durante a apresentação houve um pequeno show-case dos nomes que compõem o cartaz deste palco. NBC, Sir Scratch, Bob da rage sense, MGDRV, HBM e Filipe Gonçalves são alguns dos nomes portugueses que vão figurar no cartaz e prometem deitar a “casa abaixo!”
O cartaz completo já está fechado e a produção encontra-se já a trabalhar para a edição de 2017. Mas a produtora Everyting is new tem um outro festival a dar muito que falar.
Trata-se do festival de fado em Madrid que já vai na sexta edição. Este ano vão estar presentes na capital espanhola nomes como António Zambujo, Ana Moura e Cuca Roseta. “É um projecto que nasceu porque era algo que não havia e os portugueses por vezes não são capazes de ver aquilo que está mesmo à frente dos seus olhos. A música portuguesa é top. Tem sido interessante ver o interesse da imprensa estrangeira descobrir que em Portugal se faz boa música“, conta Álvaro Covões.
Em nove festivais do NOS Alive, já realizados, cinco tiveram um dia esgotado. Logo se quiserem ir à edição deste ano devem despachar-se em reservar o bilhete, como aconselha o director da Everyting is New “Quem quiser ir que se despache pois este ano vamos esgotar os três dias com muita antecedência“.