Carlos Leitão no Casino Lisboa: O Fado sem truques, uma voz que arrebata!

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O Casino Lisboa recebeu ontem na Arena Lounge uma noite de Fado com Carlos Leitão. O fadista lisboeta que regularmente actua no Clube de Fado, estreou-se na sala lisboeta e mesmo com todas as condicionantes do espaço voltou a mostrar a beleza da sua voz grave e todo o sentimento e garra que o fado requer.

 

Carlos Leitão apresentou-se em palco um pouco depois das 23:30 e fez questão de saudar o público e alertar que também para ele era uma experiência nova, actuar num sala que em nada tem a ver com fado.

 

 

A sua actuação foi de elevadíssima qualidade, antes e acima de tudo porque Carlos Leitão é Fado. O modo como canta, como transmite ao público as palavras dos poetas como fala sobre a canção nacional, acaba por levar o público numa constante e prazerosa viagem entre Lisboa e o Alentejo que o “adoptou”.

 

 

No concerto desta quinta-feira apresentou alguns temas do seu primeiro disco, “Do Quarto”, e ainda alguns clássicos mais conhecidos do público como “Bairro Alto” ou “Deste-me um beijo e vivi”.

 

 

Na nossa opinião Carlos Leitão consegue dois extraordinários momentos no concerto. O primeiro quando interpreta “Fim de tarde em Lisboa”, “a visão de um alentejano adoptado sobre Lisboa”, e no último tema, “Loucura”, em que dedicou ao público em geral, mas em particular à sua mãe. Nestes dois temas a voz de Carlos Leitão proporcionou para os amantes de fado, momentos em que a emoção e o poder das palavras nos invadem e em se percebe que Carlos Leitão com o seu timbre único é daqueles fadistas que se deve ouvir pelo menos uma vez na vida. Contudo o aconselhável é mesmo ouvir muitas vezes. Com ele aprendemos o que é fado, sem ilusões, sem truques. Apenas e só Fado!

 

 

O público reconheceu a valia do artista e dispensou calorosos aplausos, numa noite em que Carlos Leitão teve que lutar contra o som (nos dois primeiros temas ouvia-se mal no primeiro andar do Casino tendo melhorado com o decorrer do espectáculo) e ainda agarrar um público que não está habituado a ouvir fado num Casino mais habituado ao som das slot machines. Conseguiu com mestria superar ambos!

 

 

Em palco fez-se acompanhar por Henrique Leitão na guitarra portuguesa e por Carlos Menezes no baixo acústico. Também eles mostraram porque são dos melhores nas suas funções. Não se limitam a tocar, sentem o que tocam e isso é transmitido ao público.

 

 

Para quem não esteve no Casino, aconselhamos o público a deslocar-se ao Clube de Fado em Alfama onde Carlos Leitão actua regularmente. Valerá por certo a pena. Poderão ainda adquirir “Do Quarto” ou numa última hipótese aguardar pelo novo disco do artista que se encontra em fase de pré-produção.

 

 

Rui Lavrador

Iniciou em 2011 o seu percurso em comunicação social, tendo integrado vários projectos editoriais. Durante o seu percurso integrou projectos como Jornal Hardmúsica, LusoNotícias, Toureio.pt, ODigital.pt, entre outros Órgãos de Comunicação Social nacionais, na redacção de vários artigos. Entrevistou a grande maioria das personalidades mais importantes da vida social e cultural do país, destacando-se, também, na apreciação de vários espectáculos. Durante o seu percurso, deu a conhecer vários artistas, até então desconhecidos, ao grande público. Em 2015 criou e fundou o Infocul.pt, projecto no qual assume a direcção editorial.

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