Ada de Castro é um dos nomes maiores do fado e foi este domingo uma das homenageadas na 2ª Gala de Fado d’ A Voz do Operário, tendo concedido uma breve entrevista ao Infocul.
Sobre o prémio, disse que “não esperava, sinceramente, porque o último prémio foi o da Amália em 2010, e um Óscar não pensava voltar a ter mas de facto estou muito feliz, porque de facto é sempre agradável, até porque eu já não estou no activo desde 2010. Canto quando vou às casas de fado, gosto de cantar e uma fadista nunca deixa de gostar de cantar”.
Acrescentou ainda que “nasci fadista e vou morrer fadista, por isso é que eu de vez em quando vou às casas de fado e canto um fadinho, não é para matar saudades, é porque gosto muito de fado e normalmente pedem-me para cantar e eu fico toda satisfeita”.
Já sobre se o futuro do Fado está bem assegurado disse que “vou dizer a verdade, porque sou uma mulher muito sincera: não! Acho que não, os fadistas estão a morrer, e o fado não vai acabar porque nunca acaba, mas não é fado. Os fadistas vão morrendo e os que ficam não cantam o verdadeiro fado, fado é uma coisa… a gente pode cantar uma marcha… eu também cantei muita marcha mas tenho voz com característica de fado, e não ia deixar de cantar o fado e é claro, tive uma carreira muito simpática e obrigou-me a cantar tudo, mas o que eu gosto é de fado”.
Espera ainda que o público a “recorde com sinceridade, que acredite em mim e que acredite que tudo o que eu fiz foi com o coração”.
Além o Prémio de Carreira, na V Gala Amália, Ada de Castro foi ainda brindada com Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro, da Câmara Municipal de Lisboa
Fotografia: Rodolfo Contreras