As histórias sobre o cinema de Bernard Eisenschitz e Nicholas Ray podem ser vista de 15 a 19 de Fevereiro pelas 18:00.
Bernard Eisenschitz é um dos maiores historiadores de cinema contemporâneos, que tem estendido a sua actividade às áreas da crítica, programação, tradução, restauro e ainda representação. Colaborou em inúmeras revistas de cinema, entre as quais “Cinéma”, que fundou e dirigiu de 2001 a 2007. De entre a sua extensíssima obra de ensaísta, destacam-se, nas últimas décadas, publicações de grande fôlego sobre Fritz Lang e Henri Langlois e, justamente, “Roman Américain, les vies de Nicholas Ray” (1990), considerada a biografia de referência do autor de Rebel Without a Cause. Colaborador assíduo da Cinemateca Portuguesa, participa pela terceira vez na rubrica “Histórias do Cinema”, depois das apresentações de Chaplin e Dreyer, respectivamente em 2011 e 2015.
Nicholas Ray “um dos primeiros grandes cineastas modernos”, foi o revelador por excelência tanto das transformações sociológicas dos EUA nas décadas subsequentes à Segunda Guerra Mundial como das mutações internas do “studio system” no mesmo período. Só tardiamente reconhecido como um dos grandes nomes do cinema americano, filmou entre o final dos anos quarenta e o início dos anos setenta, fazendo um cinema rebelde sobre rebeldes, que nasce ainda da Hollywood clássica para dar a volta às suas convenções. As cinco sessões propostas por Eisenschitz têm a curiosidade de incluir o princípio e o fim (They Live By Night e We Can’t go home again), balizando esse percurso em que ficou registada a viagem maior de todo o cinema nas décadas do meio do século XX, entre o sonho, a ferida dele e a própria imagem da desintegração dele.
Fotografia: C.M. Lisboa