Descobrir o Concelho de Loulé a partir da sua arqueologia

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Descubra o Concelho de Loulé através da sua arqueologia com a exposição “Loulé: Territórios, Memórias, Identidade”, que será apresentada pelo Núcleo da Proto-história, com data ainda a anunciar. Esta exposição torna visível aspectos mais invisíveis de um concelho mais conhecido pelas suas praias e a sua beleza natural em geral.

 

 

Esta exposição vai proporcionar uma visão global do concelho de Loulé, não é comum encontrar uma abordagem tão completa numa exposição” afirma o Professor Amílcar Guerra, Comissário Científico do Núcleo da Proto-história da exposição exposição “Loulé: Territórios, Memórias, Identidade”.

 

 

Há um entrecruzamento de vários domínios: o Atlântico, o Mediterrâneo, o norte de África, o Ocidente. É uma zona onde se cruzam todas essas influências.  Loulé tem uma história riquíssima, muito importante no contexto nacional e seguramente muito mais rica do que algum dia se julgou.”, afirma o professor algarvio. Responsável pela seleção de peças em exposição para o período da proto-história, em que a pedra foi substituída pelo metal. 

 

 

O professor Amílcar Guerra destaca, na Idade do Ferro, as estelas funerárias que vão ser expostas neste núcleo e que representam a mais antiga escrita conhecida na Península Ibérica, a escrita do Sudoeste, uma escrita com cerca de 2500 anos, e explica: “São sobretudo da área serrana, da área mais interior do concelho de Loulé. Provêm de uma série de sítios, não muito numerosos, que estão concentrados em alguns núcleos. São à volta de dez peças similares, cronologicamente muito afins, de um período que medeia entre os séculos VI e V a.C. Trata-se de um fenómeno de escrita cada vez mais conhecido, que está muito bem representado no sul de Portugal e é a mais antiga escrita da Península Ibérica.”

 

 

Já na Idade do Bronze, o professor Amílcar Guerra destaca sobretudo o material cerâmico e uma peça específica: “Há um vestígio muito interessante que é a recolha de uma sepultura integral, tem restos osteológicos, juntos com material cerâmico que andava associado a estas necrópoles da Idade do Bronze. São sobretudo realidades funerárias que estão representadas. As realidades dos povoados sãomuito menos conhecidas. A realidade funerária conserva-se sempre melhor, na sua época já está enterrada, e por isso, em parte, conservada, não está sujeita aos processos de destruição por intervenção humana ou abandono.”

 

 

À semelhança dos outros núcleos da exposição, a maior parte dos materiais que vão ser expostos provêm das coleções dos Museus Nacional de Arqueologia e Municipal de Loulé, as duas instituições responsáveis pela exposição, com data por anunciar, “Loulé: Territórios, Memórias, Identidade”.