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As Festas do Mar tiveram ontem a noite inteiramente dedicada ao Fado. Teresinha Landeiro e Gonçalo Castelbranco, Marco Rodrigues e Katia Guerreiro apresentaram o que de melhor a canção nacional tem para oferecer.

 

 

Fado à Janela trouxe, às varandas da Câmara Municipal de Cascais, os fadistas Gonçalo Castelbranco e Teresinha Landeiro, acompanhados por Pedro de Castro na guitarra portuguesa, Luís Roquette na viola de fado e Ciro Bertini no baixo.

 

 

Perante praça cheia, ouvimos boas interpretações durante aproximadamente uma hora. Gonçalo Castelbranco tem uma ginga peculiar e uma interpretação que o distingue. Bem no fado tradicional, menos bem quando interpreta marcha popular, pois a sua voz não brilha. Teresinha Landeiro esteve em muito bom plano. Dicção perfeita, noção de tempo, de afinação e com uma garra, não excessiva, que dá vida às palavras dos poetas. Tem tudo para ser um caso muito sério no fado, tem tido uma excelente evolução. Para quando um disco?

 

 

 

Pelas 20:30, subiu ao palco principal das Festas do Mar, o fadista Marco Rodrigues. O artista nortenho é um caso indiscutível de bom gosto interpretativo e um autêntico relógio suíço, tal o acerto que tem as nas suas interpretações quer no ataque ou prolongamento das notas, quer nas suspensões. A sua dicção é correcta e a linguagem corporal dá corpo às palavras cantadas. Apresentou um alinhamento do qual constou repertório da discografia editada, com temas como “O Homem do Saldanha”, “Trigueirinha”, “Tantas Lisboas”, “Fado Loucura” ou ainda “Fado do Estudante”. Terminou com o público a pedir mais um tema, o que por falta de tempo não pôde ser concretizado. Esteve acompanhado em palco por Pedro Viana na guitarra portuguesa, André Ramos na viola de fado e Frederico Gato no baixo.

 

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Katia Guerreiro fechou em grande a noite de fado das Festas do Mar. A fadista está num momento em que tudo lhe sai bem. Acompanhada por João Veiga na viola de fado, Luís Guerreiro e Pedro de Castro na guitarra portuguesa e Ciro Bertini no baixo. Em tempos Katia Guerreiro parecia presa em palco, actualmente está livre e comunica muito bem com o público, que lhe retribui com aplausos e trauteando alguns temas. “Incerteza” antecedeu a abertura d’ “À janela do meu peito”, no qual a fadista esteve muito bem, mostrando todo a versatilidade do aparelho vocal. “Fado da Sina” tem em Katia Guerreiro uma das melhores versões interpretativas. Sabe dosear a carga emocional empregada no poema.

 

 

“Quero cantar para a lua” recordou Amália Rodrigues, antes de pela primeira vez em Portugal cantar com “Mi Hermano y Yo”, uma dupla espanhola que mostrou talento. “Tudo se esfumó” foi cantado e bem pela dupla espanhola e pela fadista portuguesa. Mi Hermano y Yo que tiveram ainda oportunidade de cantar “E se o Almodôvar me chamasse para fazer um filme?”, já sem a presença da fadista. Durante a presença do duo espanhol em palco, esteve na percussão, o talentoso Ruca Rebordão.

 

 

Para o final do espectáculo deixou temas bem conhecidos do público como “Asas”, “Mentiras” ou “Até ao fim”, culminando em grande um espectáculo bem conseguido, desde o alinhamento, ao som, à luz, e claro à sua interpretação e dos músicos que a acompanham.

 

Fotografias: Jorge Martin/Festas do Mar

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Rui Lavrador

Iniciou em 2011 o seu percurso em comunicação social, tendo integrado vários projectos editoriais. Durante o seu percurso integrou projectos como Jornal Hardmúsica, LusoNotícias, Toureio.pt, ODigital.pt, entre outros Órgãos de Comunicação Social nacionais, na redacção de vários artigos. Entrevistou a grande maioria das personalidades mais importantes da vida social e cultural do país, destacando-se, também, na apreciação de vários espectáculos. Durante o seu percurso, deu a conhecer vários artistas, até então desconhecidos, ao grande público. Em 2015 criou e fundou o Infocul.pt, projecto no qual assume a direcção editorial.

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