Um verdadeiro sucesso! Tem sido assim “As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos” no Auditório dos Oceanos, no Casino Lisboa.
Este espectáculo revisita as 37 obras de Shakespeare e mantém um contacto constante com o público, passando pelas tragédias, comédias, peças históricas e até mesmo pelos sonetos.
O Infocul entrevistou o encenador, António Pires, sobre este espectáculo, produzido pela UAU.
António Pires começou por nos revelar que “o maior desafio será possivelmente o público português, que terá pouca ligação ou não conhece muito profundamente a obra de Shakespeare, achar graça aquilo”.
Justificando que “o texto tem essa ligação com o stand up, fazer um espectáculo com graça, divertido, que as pessoas se divirtam lá e mantendo a essência do espectáculo que é uma história”.
Daí relembrar que “é uma narrativa em que passamos pelas obras de Shakespeare e em que brincamos com os tiques, as repetições, o que ele tem de muito trágico e portanto passar isso para uma realidade portuguesa foi muito difícil mas eu acho que foi um trabalho bem conseguido”.
Em palco “tentamos passar ali conhecimento com algumas situações voláteis em que tentamos passar informação sobre Shakespeare, e de seguida desconstruímos aquilo e os jogos que arranjámos são também muito divertidos, universais, mas o desafio foi esse”.
Confidenciou que o maior desafio foi “fazer um espectáculo que comunicasse. Foi fazer um espectáculo verdadeiro em que se sentisse que os actores estão mesmo a falar directamente para o público e que aquilo é uma grande brincadeira com o público em que o público também participa”, relembrando que “aquilo é uma comédia, portanto foi fazer uma coisa divertida”.
Desde que foi decidido levar o espectáculo a cena e após a tradução e todo o trabalho necessário, António Pires destaca os “dois meses muito intensos, para conseguir imprimir aquele ritmo, aquele espectáculo e aquele virtuosismo que os actores têm”.
Sobre Rúben Madureira, Telmo Ramalho e Pedro Pernas, os três actores que integram o elenco, diz-nos que “são muito virtuosos, têm uma técnica muito, muito engraçada, fazem rir. São pessoas capazes de se divertir, fazer um espectáculo e divertir os outros”.
Acrescenta ainda que “é um trabalho de equipa muito afinado e eles conseguem divertir as pessoas, divertindo-se eles também. E isso passa para o público. Para além de serem virtuosos, aquela capacidade de cantarem, de fazerem cambalhotas, de saltar do palco para a plateia, da plateia para o palco e conseguirem fazer coreografias, isso tudo faz deles três bons actores e três boas pessoas para fazer este espectáculo”.
Sobre o desafio de dar cunho pessoal a um espectáculo que percorreu mundo, disse-nos que “isso acontece em tudo. Os espectáculos não são bem os textos mas sim o que as pessoas fazem deles. Mas este espectáculo é português e não inglês. Por exemplo quando vamos buscar o Romeu e Julieta, que já foi encenado ene vezes, ou quando vamos buscar o Gil Vicente estamos sempre a repetir coisas. Os espectáculos são coisas muito vivas e muito das pessoas que os fazem. Portanto podem ter sido feitos milhares de vezes, que mudando um actor fica logo uma coisa diferente”.
E sobre a sua maior marca neste espectáculo diz mesmo que “é justamente o contacto directo com o público. A brincadeira com o público ser uma coisa completamente descomprometida, respeitando aquilo que é um texto do Shakespeare”.
Este espectáculo, que estreou em 1996, decorre às Quintas, Sextas e Sábados, a partir das 21:30, enquanto aos Domingos estão agendados para as 17:00, sendo destinados a maiores de 12 anos.
Preços: Sextas e Sábados: 1ª Plateia: 19€ / 2ª Plateia: 17€
Quintas e Domingos: 1ª Plateia: 17€ / 2ª Plateia: 15€
Bilhetes à venda:
Ticketline: www.ticketline.pt
Informações e reservas: Info & Reservas ligue 1820 (24h).