O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, cuja 18.ª edição se realiza entre 22 e 30 de Julho de 2016 em Porto Covo e Sines, apresenta um cartaz maioritariamente lusófono. São conhecidas também novas confirmações.

 

A banda “jigsaw”, formada em Coimbra, faz música independente com influências de folk, country e blues. A sua sonoridade chamou a atenção de revistas internacionais como a francesa Les Inrockuptibles, que os situou num universo estético entre Tom Waits, Leonard Cohen e Nick Cave. Lançaram recentemente o seu quarto álbum conceptual, “No True Magic”.

 

 

Carlos Martins, um dos mais conceituados saxofonistas portugueses, apresenta-se com o seu quarteto e dois músicos cabo-verdianos convidados: a cantora Jenifer Solidade e o pianista Khaly Angel. O timbre quente de Jenifer e as texturas da sua voz combinam com um grupo de jazz e o virtuosismo do piano de Khaly complementa o som do sexteto. O quarteto de Carlos Martins integra três grandes músicos portugueses: Mário Delgado (guitarras), Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

 

 

“Criatura” é um grupo de renovação da música tradicional, em que adufes convivem com sintetizadores e gaitas com eletricidade. Começou por ser o projeto de uma residência artística do jovem músico Edgar Valente, mas cresceu para se tornar um dos maiores grupos da música de raízes em Portugal: 11 músicos a quem se juntam outros criativos e o cante alentejano do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, que os acompanhará no concerto de Sines. “Filho da Mãe” é o projecto a solo de Rui Carvalho, um dos grandes guitarristas portugueses.

 

 

“Hearts and Bones” são Petra Pais e Luís Ferreira, fundadores de uma das mais reconhecidas bandas de blues nacionais, a “Nobody’s Bizness”, juntos em dueto e em visita ao blues e à folk norte-americana. Voz, guitarra e décadas de histórias em canção é o que trazem ao público com a paixão que os tem movido, sempre a prestar homenagem aos seus heróis, assim como os seus próprios temas, escritos ao longo de mais de uma década de parceria.  “Jibóia” é o nome pelo qual o multi-instrumentista português Óscar Silva é conhecido no seu projeto a solo.

 

 

Norberto Lobo é um guitarrista e compositor português com um idioma que transcende géneros e tradições musicais. Nascido em Lisboa em 1982, estreou-se a solo com o álbum “Mudar de Bina” (2007) e conta com cinco álbuns na sua discografia individual. O seu álbum de 2011, “Fala Mansa”, foi disco português do ano na Blitz, e “Mel Azul”, de 2012, foi disco do ano na Time Out Lisboa. “Fornalha”, o seu álbum mais recente, leva ainda mais longe os seus limites enquanto criador.

 

 

“OliveTreeDance” é um trio portuense criado em torno do som do didgeridoo, instrumento de sopro do povo aborígene da Austrália. Formado por Renato Oliveira (didgeridoo), Pedro Vasconcelos (bateria) e Márcio Pinto (percussão), junta raízes dos quatro continentes, abraçando vários ramos da world music e da corrente eletrónica tribal. O resultado dessa fusão de influências é uma música simultaneamente ancestral e contemporânea, criada a partir de sons orgânicos e naturais.

 

 

“Retimbrar” é um coletivo musical do Porto que se propõe como desígnio “conhecer e dar a conhecer a herança popular e cultural portuguesa”. Foi fundado em 2008 por Andrés ‘Pancho’ Tarabbia, percussionista uruguaio radicado em Portugal, a quem se juntou António Serginho, que entretanto coassumiu a coordenação e a liderança do grupo. Retimbrar explora ritmos, canções e instrumentos tradicionais portugueses num repertório misto de originais e reinterpretações.

 

 

Sebastião Antunes & Quadrilha, juntos desde 1991, fazem parte do clube dos clássicos da música com raízes em Portugal. Trazem ao público canções de formas simples, com uma influência celta de base, letras que contam histórias e grande eficácia rítmica. Ultimamente, assumiram uma componente mais urbana e eletrónica. O concerto promete ser uma festa, pois quando Sebastião Antunes e os Quadrilha entram em palco, “é para pôr todos a dançar, a beber, a ouvir, a pular, a cantar e namorar”.

 

 

“Segue-me à Capela” é um coletivo de sete mulheres que trabalha a música tradicional portuguesa numa perspetiva contemporânea, usando a voz como principal instrumento. Formado em Aveiro, em 1999, o grupo reinventa os arranjos vocais registados nas recolhas e acrescenta modernidade ao sabor ancestral das versões originais. A percussão, em especial o adufe, e alguns elementos cénicos reforçam os climas gerados a partir do canto, que se desdobra para recriar cenas de trabalho, romaria e folia.

 

 

A última confirmação é guineense. Karyna Gomes é uma cantora e compositora que mostra o lado mais urbano da Guiné-Bissau, com influências de jazz, soul e música latina. Nascida em Bissau, em 1976, cresceu rodeada das músicas do seu país. Começou a cantar gospel em 1997, em São Paulo, Brasil, quando tinha 21 anos e estudava jornalismo. De regresso à Guiné, iniciou uma carreira a solo, a par de uma participação nos Super Mama Djombo. Mudou-se para Portugal e foi já neste país que, em 2014, lançou o seu álbum de estreia, “Mindjer”.

 

 

Estes são alguns dos nomes que podem ser vistos e ouvidos no Festival Musicas do Mundo e que se juntam aos anteriormente confirmados.