O Auditório dos Oceanos, no Casino Lisboa, tem desde ontem em cena a peça “Os dias realistas”, um texto de Will Eno e um elenco composto por João Reis, Manuela Couto, Paulo Pires e Catarina Furtado. Dois casais, conversa sobre tudo e sobre nada. Uma reflexão sobre a vida em formato de comédia negra.
Tudo começa com Tó e Margarida Dias (João Reis e Manuela Couto) sentados no seu alpendre a falarem da pintura da sua casa. Uns ruídos antecipam a chegada dos novos vizinhos, Bambi e João Dias (Catarina Furtado e Paulo Pires) que trazem uma garrafa de vinho e iniciam uma conversa sobre tudo e nada, sobre coisas que acontecem no quotidiano.
Por entre assuntos lógicos como o passado, as profissões de cada um, a descrição pessoal de cada um entre outros assuntos, surge também um esquilo morto. Cada assunto leva a uma reflexão mais ou menos lógica sobre o matrimonio, a vida e a morte.
As histórias dos personagens podem facilmente ser identificadas com cada um de nós. Essa identificação prende o espectador ao longo de duas horas em que são abordadas as temáticas das relações amorosas e o desconhecido (doenças, mistérios da vida) que muitas vezes são representadas em palco de forma peculiar.
Neste espectáculo destacam-se duas interpretações de enorme qualidade: João Reis e Manuela Couto. A verdade, o sentimento e a alma com que dão vida aos seus personagens é arrebatadora. Catarina Furtado regressa em bom nível ao teatro e Paulo Pires tem momentos geniais. A encenação a cargo de Marcos Barbosa é também ela bastante meritória, perante um texto que não é fácil, nem de interpretar, nem de ser visto.
Na estreia, o director da UAU, Paulo Dias, além de agradecer a todos os que permitiram a esta peça subir a palco, aproveitou a ocasião par entregar um cheque de 3720 euros, obtidos no ensaio solidário do dia anterior, à instituição de solidariedade Crinabel.
“Os dias realistas” estará em cena no Auditório dos Oceanos às Quintas, Sextas e Sábados, a partir das 21h30, enquanto aos Domingos tem representações agendadas para as 17 horas.
