Momento antes de subir a palco no festival Artes à Vila, na Batalha, o fadista Paulo Bragança conversou com o Infocul.
Sobre o espectáculo de ontem, antecipava-o dizendo que “cada concerto é um concerto, eu nunca tenho um cálculo do que se vai passar ou não, porque é muito orgânico. Tudo depende do momento em si, da energia que tenho e recebo, quando subo e depois de estar naquelas tábuas o caso muda um bocado de figura”, mas com vontade de “que possa dar o melhor que tenho”.
Esclareceu que “detesto a palavra artista cada vez mais, eu não sou artista nenhum, isto é como outra coisa qualquer em que uma pessoa saiba fazer muito bem uma coisa. Não é que eu saiba fazer muito bem mas pelos vistos se alguém gosta é porque não é assim mau mas é uma questão que é normal”, pois apenas “quero é dar a verdade e aquilo que estou a sentir na altura, seja o que for”.
Sobre os projectos que estão previstos, disse-nos que “o ‘Cativo’ saiu, é um EP, é uma espécie de introdução ou prefácio ao álbum que haverá de sair e que se chama ‘Exílio’. Eu já dei duas ou três datas mas depois por factores, que não são nada de nada mas apenas de mim em que acho que há coisas que não estão como devem estar, ou condições logísticas, eu não adianto data nenhuma. Também, desde que comecei gravar, 2012, já lá vão quase cinco anos foi com essa promessa. Foi com o Carlos Maria Trindade e fomos fazendo, quando estiver pronto, está! Como não tenho nada a pressionar-me, também não me adianta estar 20 anos à espera para fazer um álbum”.
Portanto, “o que se vai passar é que sairá esse álbum, haverá uma exposição de fotografia, umas coisas que foram feitas na Irlanda, uma coisa que foi sendo feita sem saber para quê. Antecede um bocadinho o espectáculo a 25 de Outubro deste ano que acontece 22 anos depois do primeiro concerto, não escolhi a data mas calhou”.
Fotografia: Hugo Janota