
Coube a Tiago Correia abrir as actuações, no segundo dia de Santa Casa Alfama, no palco Santa Casa Futuro, com curadoria de Ricardo Ribeiro, na Sociedade Boa União.
Indiscutivelmente uma das grandes actuações deste festival. Tiago Correia tem tudo para ser uma garantia da continuidade do Fado, na sua mais pura essência, nas gerações vindouras.
Neste espectáculo, no qual esteve acompanhado por um trio de músicos de enorme qualidade, Tiago Correia apostou num alinhamento inteligente, poderoso e o público por diversas vezes tributou-lhe aplausos prolongados e em pleno êxtase.
Recordou Fernando Farinha, cantando temas da sua obra, António Rocha, com ‘Coisas da Vida’, levou ‘Canoa’ a bom porto e ainda demonstrou o talento para a escrita ao interpretar ‘2024’, um tema que escreveu quando tinha 18 anos para uma rapariga que entretanto…desapareceu.
Ladeado por Guilherme Banza, na guitarra portuguesa, Rogério Ferreira, na viola de fado e Filipe Larsen, no baixo, terminou com o fado Pechincha.
Tiago tem uma voz que sabe utilizar, ganhando dimensão quando a impulsiona para patamares que poucos lá chegam, principalmente ao nível da dicção e da emoção. Se Fado é tradição, não nos podemos esquecer que tem de ser também futuro e Tiago Correia é artista que merece, e deve, ser seguido com atenção.