Uma longa pausa para poder voltar em força na rentrée. Rentrée que está dominada por um assunto: Legislativas 2019.
Para resolver a questão partidária, logo de início, podem ler o programa eleitoral do partido que sou militante e eleito para Assembleia de Freguesia da Misericórdia, o CDS-PP, em https://fazsentido.cds.pt. A leitura dos programas, com os quais, os vários partidos políticos se apresentam às eleições, deviam ser decisivos para a escolha que cada um, no próximo dia 6 de Outubro (os madeirenses, para além destas eleições, têm as Regionais já no dia 22 deste mês).
Votar é um direito e um dever cívico, do qual nós não devemos desistir. Os níveis de abstenção, nos últimos actos eleitorais, têm atingindo valores tão elevados, que demonstram um total desinteresse, por parte dos eleitores, com as instituições para as quais deveriam votar. Uma abstenção forte pode levar a um resultado inesperado, no qual, a maioria do país poderá não se rever; mas como diz, e bem, a sabedoria popular, “não vale a pena chorar sobre o leite derramado”, por isso mesmo, não deixe que outros decidam por si e vá votar.
O último acto eleitoral em Portugal, Eleições Europeias, teve uma abstenção de quase 70%, contrastando com o número de votantes, para as mesmas eleições em Malta, que obtiveram 72% de votantes. O peso político dos eurodeputados de Malta é substancialmente superior ao peso político dos nossos eurodeputados. Uma alta abstenção, com um método proporcional de Hont, que é o que utilizamos em Portugal para a distribuição de mandatos, poderá sem dúvida alguma trazer surpresas, e depois a culpa é de quem?
Por isso, o combate contra esta apatia e dissociação dos eleitores com os diversos actos eleitorais é fundamental para a continuação do regime democrático, em que vivemos. Às vezes, parece que nos esquecemos o quão difícil foi chegarmos até aqui, até ao voto universal. Durante quase dois séculos, só alguns podiam votar, foi assim na Monarquia Constitucional, na Primeira República e no Estado Novo, só após 74, com o fim do Estado Novo, é que passámos todos a poder votar, só nessa altura é que voto passou a ser universal. Votar é um direito, é um dever cívico, e não uma obrigação, mas às vezes pergunto-me se o sistema obrigatório não seria uma solução. Depois lembro-me, logo, que se fosse assim, votar deixaria de ser um acto de livre. Sim, eu sei, que a abstenção também é um exercício de liberdade, mas será que é esta a verdadeira razão da abstenção em Portugal? Duvido.
Devemos todos, políticos e não políticos, reflectir seriamente sobre o mal que estamos a fazer à nossa democracia. A abstenção não é o caminho. A participação sim. A escolha de cada um é importante. Um país governado pela “abstenção”, pode levar-nos a caminhos de má memória.
Vale a pena pensar nisto.