Arruda dos Vinhos: Mau de mais para ser verdade

Arruda dos Vinhos: Mau de mais para ser verdade

Arruda dos Vinhos: Mau de mais para ser verdade, a primeira corrida da feira taurina e que marcou a estreia de Ferrera em Portugal, este ano.

A Praça de Touros de Arruda dos Vinhos recebeu, esta quinta-feira, a primeira corrida da sua feira taurina.

Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Rute Nunes e Carlos Pedroso

Frente a touros da ganadaria de Engenheiro Jorge de Carvalho, actuaram os cavaleiros Luís Rouxinol e João Moura Caetano, o matador António Ferrera e os Forcados de Lisboa e Arruda.

Um curro de touros absolutamente inenarrável no que à qualidade diz respeito. Mansos, sem qualquer possibilidade de triunfo para os toureiros, valendo-se, pela positiva, apenas a apresentação. Não se aproveitou um único touro, dos seis que saíram à praça.

Antes da corrida, foi prestada homenagem a António Ferrera, destacando o facto do toureiro ter vindo em condições financeiras pouco benéficas e com o intuito maior de elevar o toureiro a pé em Portugal. Foi ainda prestada homenagem a João Moura Caetano, pelos 15 anos de alternativa. Foram entregues lembranças pelo presidente da autarquia local e pelo empresário Luís Miguel Pombeiro.

Luís Rouxinol brindou a sua lide a António Ferrera. Uma actuação fácil de descrever. Um touro que apenas investia no capote, com sinais de manso perante a montada, e que obrigou o cavaleiro de Pegões a uma lide laboriosa e experiente mas sem brilho. Destaca-se pela positiva o primeiro ferro curto, cravado numa reunião cingida.

Nuno Santos, pelos forcados amadores de Lisboa, concretizou a pega à quarta tentativa.

João Moura Caetano enfrentou um touro ligeiramente melhor que o primeiro, mas sem grande qualidade também. O cavaleiro alentejano esteve artístico na brega e com acerto na escolha de terrenos, pecando no momento das reuniões, com algumas a resultarem pouco ortodoxas.

Nuno Miguel, pelos Amadores de Arruda dos Vinhos, pegou à primeira tentativa, com o touro a ensarilhar até à reunião, mas com o forcado a saber aguentar a investida e fechando bem, em conjunto com o grupo.

O terceiro touro da corrida coube ao matador António Ferrera. Bem, Ferrera no capote, por verónicas, destaque para João Ferreira e Filipe Gravito nas bandarilhas (dois excelentes pares), culminando a lide Ferrera sem grandes opções na muleta, com um touro que pouco humilhava e que levantava a cara no momento em que investia. Não permitiu repetição nem sequência ao matador. Poucas ou nenhumas hipóteses para Ferrera brilhar perante este primeiro touro.

Luís Rouxinol enfrentou, na sua segunda actuação, um touro que voltou a complicar o trabalho do ginete. O cavaleiro foi obrigado a porfiar muito para conseguiu levar a bom porto a actuação. Uma actuação mais baseada na raça, na brega e na resiliência do que no brilho. Dois curtos apenas de boa nota foram o que de melhor se viu na sua atuação.

Nuno Fitas, pelos forcados amadores de Lisboa, concretizou a pega ao primeiro intento, após boa reunião e aguentando um derrote do touro. Bem o grupo a fechar.

João Moura Caetano elevou a fasquia da actuação no segundo touro, comparativamente ao primeiro, contudo sem romper. João Moura Caetano voltou a destacar-se por uma boa brega, contudo as reuniões nem sempre foram ajustados, abrindo demasiado quarteio. Pela positiva, o primeiro curto, o de melhor nota nesta actuação.

Pedro Belbute, pelos Amadores de Arruda dos Vinhos, concretizou à terceira tentativa. Destacar que na segunda tentativa, um forcado saiu em estado grave e de maca, após levar forte derrote do touro.

António Ferrera esteve muito curto no tércio de capote, provocando assobios na bancada. Os bandarilheiros portugueses João Ferreira e Filipe Gravito cravaram dois pares, cada, de enorme qualidade. Ambos ‘desmonteraram-se‘, para serem aplaudidos. Na muleta, perante touro sem grandes opções, encurtou a faena e acabou assobiado.

Sem ovos não se fazem omeletas e neste caso, sem touros não houve possibilidade de sequer alguém brilhar (excepto os bandarilheiros João Ferreira e Filipe Gravito). Os toureiros saíram insatisfeitos, o público também e calcula-se que o ganadeiro também.

Esta corrida concorre para pior da temporada, devido a um curro de touros verdadeiramente lastimoso.

Deixo ainda uma nota ao público. Habituado a comer sardinha, decidiu assobiar o Caviar (Ferrera), esquecendo que os ingredientes (Touros) eram de má qualidade. Esta mania portuguesa de viver em modo Variações (Estou bem aonde eu não estou) torna-se incompreensível.

A corrida foi bem dirigida por Ana Pimenta, assessorada por José Luís Cruz. Nuno Massano foi o cornetim deste espectáculo.

Arruda dos Vinhos: Mau de mais para ser verdade, em termos de espectáculo, contou ainda assim com uma excelente moldura humana.

Destacar que a empresa Ovação e Palmas disponibilizou a realização de testes à COVID-19, a quem necessitasse.

Contudo, a questão de ser necessária a apresentação de teste negativo à COVID-19 ou certificado digital acabou por atrasar o início da corrida de touros, em aproximadamente 20/25 minutos.

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