Assim como o Rio!

Assim como o Rio! Um artigo de Raul Tartarotti.

Os meios digitais nos trouxeram a desgraça humana em vídeos compartilhados às dezenas, porque foram essas as quantidades de perdas de materiais, esperanças e planos na última enxurrada ocorrida nas cidades do estado Rio Grande do Sul, no sul do Brasil.

A enchente das últimas semanas tenta provar o óbvio que tanto insistimos em esconder. Somos frágeis, pequenos e necessitamos dos outros sempre, porque a natureza não tem muito planejamento, não tem rota certa, e horário para surgir desordenada, ela apenas reage aos movimentos dos ventos e temperaturas. As águas brotam, do céu, dos rios, provenientes de uma origem complexa de entender, provocam um abrupto aparecimento transformando o planeta em uma quase permanente mutação, e com isso provoca consequências graves, como está sendo a destruição filmada por muitos. A intelectualidade traz a oportunidade em realizar proteção aos nossos iguais, filhos de Deus, porém, sempre estamos à mercê do próximo desastre inesperado, que nos rouba os objetos adquiridos com o esforço da labuta por anos de insistência.

Qual o tamanho de vossa resiliência para suportar reerguer por várias vezes vossas vidas e plantar a esperança e os planos com preparo suficiente para não sofrer um novo tombo?

O que resta aos que assistem no sofá de suas casas a desgraça alheia, e a morte passando na tela, é colaborar de alguma forma, estender a mão, emprestar seu ombro, doar seu dinheiro e se voluntariar quando possível para reconstrução daquelas vidas desmanchadas pelas águas. Em seus pensamentos, trará sentido à sua existência que espera um pouco mais de você para ser gente.

O fundo do poço nos ensina bem além do que o topo da montanha, por isso espero que você faça uma reflexão profunda sobre aqueles que não saíram ilesos desse evento catastrófico, e entenda que aquelas vidas que sofreram enormes perdas, devam ser ajudadas a seguir em frente para algum rumo, seja qual for, lhe bastando abrir os olhos da fraternidade humanitária.

Assim como o rio encontrou novos caminhos, faça um redesenho de sua vida no rescaldo da enchente, não desista se sua obra inacabada.

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