Cuca Roseta & Orquestra do Algarve em concerto cheio de classe em homenagem a Amália Rodrigues, ontem, na Culturgest.
Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Nuno Almeida
A Culturgest, em Lisboa, acolheu, ontem, um concerto solidário, em prol da Fundação Amália Rodrigues, intitulado ‘Amália & Orquestra’, interpretado por Cuca Roseta e a Orquestra do Algarve, liderada pelo maestro Élio Leal.
Elegantíssima, formal e embebida numa espiritualidade elevada, Cuca Roseta apresentou-se em palco e serviu o que de melhor tem para dar ao público, com o maior respeito e admiração – “é a minha maior inspiração” disse – a Amália Rodrigues e à sua obra.
Já o tínhamos AQUI referido, que Cuca Roseta está numa fase bonita da sua carreira, servindo leveza e profundidade em simultâneo, de forma muito equilibrada, e ontem voltou a provar que a vida é uma dádiva que devemos aproveitar todos os dias.
Cantou todos os temas como se tivesse algo a provar, como se fosse a última vez que o pudesse fazer, deu tudo em cada poema.
A cada tema cantado, as ovações elevaram-se e prolongaram-se, Cuca não escondeu a emoção e até algum nervosismo com o carinho que ali lhe foi prestado e motivada foi superando-se a cada interpretação, com um alinhamento profundamente bem escolhido para a ocasião e com necessário destaque, para os arranjos da autoria de Marino de Freitas.
O tema ‘Com que voz’ foi interpretado apenas com voz e baixo, por Cuca e Marino de Freitas, numa versão que resultou muitíssimo bem, e foi o grandioso momento de um espectáculo repleto de classe.
Vítor Rodrigues, presidente da Fundação Amália Rodrigues, subiu a palco para agradecer a generosidade dos músicos e de Cuca Roseta, além de anunciar uma grande exposição em Lisboa para 2024, em que dará a conhecer Amália Rodrigues em todas as suas facetas.
Cuca Roseta contou ainda em palco com Sandro Costa, Francisco Sales, Marino de Freitas e Vicky Marques, também eles em plano de elevada qualidade artística.
A Orquestra do Algarve foi excepcional, dando ainda maior sumptuosidade ao evento.
Alinhamento:
Rua do Capelão
Barco Negro
Ai Mouraria
Vagamundo
Marcha do Centenário
Lágrima
Fadista Louco
Estranha Forma de Vida
-Guitarrada-
Havemos de ir a Viana
Com que voz
Meu amor, meu amor (Meu limão de amargura)
Fado Malhoa
Marcha da Mouraria
Canção do Mar
Foi Deus
Rosinha da Serra D’Arga