
A CDCE – Companhia de Dança Contemporânea de Évora inicia a nova temporada com a apresentação da mais recente criação da coreografa Nélia Pinheiro, Tristão e Isolda. A obra será apresentada durante o mês de Setembro em Oeiras – Portugal, e a nível internacional, no Posthus Teatret em Copenhaga, Dinamarca.
A criação teve estreia no passado dia 12 de Maio, em Castelo Branco, resultado de uma encomenda do Município de Castelo Branco à coreógrafa Nélia Pinheiro, ao qual se juntou a CDCE como entidade co-produtora.
Com o formato de dueto, a criação desenvolve uma proposta de linguagem multidisciplinar entre a dança, o teatro, a arquitectura de cena e temas que potenciam um discurso contemporâneo sobre a condição humana. A obra tem excertos musicais de Wagner, articulados com a música original criada pelo compositor César Viana. Os figurinos são da autoria de José António Tenente, a cenografia e adereços de cena são de autoria do cenógrafo Pedro Crisóstomo, o desenho de luz está a cargo do iluminador Nuno Meira.
” A criação Tristão e Isolda embora acolha o título da ópera de Wagner, e se inspire nos momentos marcantes do libreto, não é uma revisitação do clássico da ópera. Mesmo tendo como pano de fundo a temática, a obra desenvolve uma viagem sensorial própria, no Mito, fora da narrativa convencional, terá como indutores as grandes questões que o mesmo aborda e que interessam trabalhar na actualidade à coreografa – a irracionalidade, o desejo, a dependência do ser humano perante o amor, a mulher (uma descida à sua condição feminina e erótica). A criação observa o corpo feminino como território de expressão, como catalisador de pulsões, reservatório de memórias das diversas partes que o constituem, no vislumbre de uma anatomia onde o gesto surge ligado às onomatopeias, à memória visual, táctil e emocional.”
A apresentação em Oeiras é promovida pela Camara Municipal de Oeiras, inserida no festival Multidisciplinar que inicia a 1 de Setembro nos Jardins do Palácio Marquês de Pombal. A apresentação em Copenhaga é promovida pelo Posthus Teatret com o apoio da Embaixada de Portugal na Dinamarca e Instituto Camões.
Fotografia: Telmo Rocha