Emiliano Gamero: Os Prós e Contra da sua temporada. Artigo de opinião, por Rui Lavrador.

Foi um dos nomes em destaque na temporada tauromáquica portuguesa, adorado por muitos, fortemente criticados por outros tantos. Indiferente não foi e esse é o seu primeiro mérito.
Gamero não teve tempo para se adaptar ao toureio em Portugal, fê-lo em praça e cometendo erros, naturais por falta de habituação, nas primeiras corridas.
Porém, sem nunca ser um primor técnico, foi evoluindo, teve uma lide de grande nível em Arruda dos Vinhos a 17 de Agosto, e soube montar um espectáculo que lhe foi permitindo ser um verdadeiro caso de sucesso junto do público português, que o abordava em doses generosas no final de cada corrida para pedir autógrafos ou tirar fotografias.
O termo “Revolução” foi exagerado na sua promoção e acabou por prejudicá-lo, porque não revolucionou nada. Veio apenas mostrar como se conquista o público através do carisma, que o tem em doses muito generosas, compensando a menor valia técnica.
As avaliações a Gamero pecaram por continuarmos a confundir rejoneio e toureio equestre à portuguesa. Não podem ser colocados no mesmo nível, porque tecnicamente os portugueses dão 10-0 a qualquer executante de outra nacionalidade.
Mas há algo que os portugueses podem aprender com os mexicanos e os espanhóis: Saber chegar ao público, acarinharem o público e não se armarem, como tantas vezes fazem, em estrelas cadentes.
Posto isto, Gamero venceu pelo carisma, pela humildade e por respeitar o público, mas tem de evoluir muito na parte técnica.
E em 2023 deve ser recebido com menos críticas de cariz pessoal, ao traje com o qual presta homenagem às suas raízes e ainda outras críticas que nada tiveram a ver com a vertente artística.
Gamero não tem de ser idolatrado, mas tem de ser respeitado!