
Francisco Palha: “Ambiciono que a minha presença consiga ser benéfica, dentro de uma corrida de touros”, disse em declarações ao Infocul, no final da corrida de ontem, em Coruche.
Francisco Palha foi o maior destaque, ontem, na corrida de touros que se realizou em Coruche, no tradicional 17 de Agosto.
Compartiu cartel com João Ribeiro Telles (em substituição de António Ribeiro Telles) e António Prates. Num concurso de ganadarias do Sorraia, pegou em solitário o Grupo de Forcados Amadores de Coruche.
No final da corrida, em declarações ao Infocul, destacou que “penso que consegui estar por cima dos dois touros, que hoje não facilitaram muito o labor. Pareciam uma coisa quando saíram, mas depois revelaram-se outra. Estava agora mesmo a comentar isso com os meus colegas. O cavalo tapa os touros, não os destapa e às vezes é difícil de ver. O touro da ganadaria Lopes Branco não fazia mal nenhum, mas faltava-lhe muita investida no momento do ferro. Já o de Vale Sorraia, era muito bom no momento dos ferros, mas de muito difícil fixação, cada vez que eu ia para ele, não se fixava“.
Questionado sobre a competição nesta corrida e se a responsabilidade tinha aumentado, após o que aconteceu a António Telles (colhido gravemente em Reguengos e substituído em Coruche pelo seu sobrinho), Palha disse que “isto é a nossa profissão, vivemos 24 horas por dia para isto. Infelizmente, o António está como está. Podia ser qualquer um de nós, foi ele“.
Acredita que “em termos de corrida, aconteceu como ele desejaria que aqui fosse hoje”.
Sobre a temporada, “acho que está a correr muito bem, graças a Deus. Muitos toureiros ambicionam ser os melhores e eu não fujo à regra. Ambiciono ser melhor, todos os dias. Mas acima de tudo, o que ambiciono é chegar a uma praça e que o público se divirta. Ambiciono que a minha presença consiga ser benéfica, dentro de uma corrida de touros. Porque o importante é que o público venha aos touros e se divirta, isso é a base de tudo. Não podemos estar focados em que se os outros estão muito bem, temos de estar melhor. Não, temos de estar bem connosco, com o público e estar bem dentro da praça, para que o público venha aos touros“.
Entrevista: Carlos Moita Pedroso
Texto: Rui Lavrador