“João do Canecão” em entrevista na Ovibeja: 51 Anos de restauração sobre rodas

“João do Canecão” em entrevista na Ovibeja: 51 Anos de restauração sobre rodas, nas típicas rulotes de “comes e bebes” em diversos tipos de eventos, por todo o país.

Texto: André Nunes / Fotografias: João Silva

João é mais do que um nome habitual nas feiras e certames do país, é uma instituição sobre rodas com presença assídua com a sua rulote “Canecão”, e nasce daí a sua alcunha.

Natural do mundo das roulotes e das tendas de comida, diz-nos que começou ainda antes de nascer: “Tenho uma carrada de meses na barriga da minha mãe atrás de um balcão”. “E já são 51 anos”, conta com um sorriso. 

Ao todo, são já 51 anos de vida a contar com esses meses, dedicados à restauração itinerante, onde a lealdade aos clientes, o gosto pelo serviço e a adaptação constante aos novos tempos são os ingredientes principais.

Na edição deste ano da Ovibeja, marcou presença em dose dupla: com o Bar Agrário e com o Hot Dogs & Canecão, dois espaços unidos pelo mesmo espírito de trabalho e hospitalidade. A equipa que o acompanha é escolhida a dedo e, para João, mais do que colaboradores, são família. 

A servir já na barriga da mãe

Como começou esta atividade de restauração em feiras, a vender comida e bebida em roulotes? 

Eu sou feirante. Já é uma tradição. Tenho o bar “Canecão”, como toda a gente conhece. E, como eu digo, tenho uma carrada de meses na barriga da minha mãe atrás de um balcão. E já são 51 anos.

E o que é que o atrai mais neste trabalho?

A lealdade para com os nossos amigos e clientes. O gostar. E o gostar de bem servir.

“Um cliente é um amigo”

Quanto tempo leva a preparar tudo para uma feira?

Uma feira, como a Ovibeja, leva mais de um dia ou dois, do que com a roulote. Porque a logística é diferente. Porque na roulote “Canecão”, nós temos tudo — é chegar, montar, preparar, limpar, carregar e trabalhar. Aqui, a tenda — neste caso, não é a tenda, é uma tasquinha — é chegar, preparar, orientar um pouco mais, fazer um bocadinho mais bonito. E, como a gente faz, olha, é trabalhar.

Como é que lida com os períodos de maior movimento, em feiras?

Em ambas as partes, que é igual. Fazemos, num lado onde há sítios que a gente não conhece bem, fazemos um pré-pagamento. Neste caso, a Ovibeja é assim. Na restauração “Canecão Roulote”, acontece, como eu costumo dizer, que um cliente é um amigo. 

“Continuar a ser feirante”

Qual é o maior desafio neste tipo de trabalho?

Continuar a ser feirante.

Como é que evoluíram os gostos dos clientes ao longo destes anos? Afinal, são mais de 50 anos…

Nós como vendedores, como trabalhadores, temos que evoluir no nosso setor. Temos cadeias de fast food conhecidas e temos de fazer ou igual ou melhor.  Dantes, quando era pequenino, só fazíamos cachorros e bifanas. E hoje temos uma série de cachorros, bifanas, hambúrgueres, pregos, asinhas de frango, donuts, e muito mais. 

E o futuro para o negócio é continuar a adaptar-se aos gostos dos clientes?

O meu, sim. É até morrer. 

E onde podemos ver o “Canecão” a seguir?

Na feira de agropecuária de Santiago do Cacém, a Santiagro 2025. Que é no final deste mês, princípio do outro. E depois, na grande PIMEL em Alcácer do Sal, no final de junho. 

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