João Neves despede-se do Benfica: “eu vou ter muitas saudades”, referiu o jogador formado no clube encarnado.
O Benfica e o PSG oficializaram a transferência de João Neves para o clube francês.
Nesse sentido, em comunicado à CMVM, a SAD do SL Benfica revela que recebe 60 milhões de euros – mais €10 milhões mediante objetivos – pelo internacional português.
O jogador sai da Luz com dois títulos conquistados (um Campeonato e uma Supertaça).
Em entrevista aos meios do Benfica, João Neves falou sobre esta saída do clube.
“Se eu quisesse mesmo ir embora, e se o Benfica quisesse mesmo que eu fosse embora, já tínhamos resolvido isto há muito tempo. Tentámos até ao máximo e chegámos a um consenso. Achámos o melhor das duas partes, em termos financeiros é bom para o clube e é bom para mim“, disse.
Assumiu “insegurança” por sair da “zona de conforto“.
“Claro que assusta, saio da minha zona de conforto. Tenho presente na minha cabeça que sou muito acarinhado aqui, desde o primeiro dia, em que me estreei na equipa A, e mesmo no primeiro treino, pelos meus colegas e pelo staff, por toda a gente. Vou sair para um país diferente, para uma realidade diferente, língua diferente, ainda não estou muito seguro do que é que eu posso fazer lá, mas vou dar o meu máximo. Essa é a minha natureza, dar o meu máximo onde quer que eu esteja, porque sei que, se der o meu máximo, estarei sempre mais próximo de alcançar os meus objetivos. Tal como fiz aqui desde o início, lá vou fazer também desde o começo“, referiu.
Seguidamente, garantiu que nem o próprio forçou a saída nem o Benfica quis que saísse.
“Nunca, nem eu, nem a minha família ligou a quem quer que seja para forçar a minha saída, ou qualquer outro tipo de assunto relacionado com o João Neves querer sair. Nem o Benfica quis que eu saísse. Está muito bem vincado e muito bem presente na minha cabeça. Falei algumas vezes com o presidente, tínhamos sempre a mesma opinião. Não foi fácil para o presidente. Nas reuniões que eu tive com ele, o presidente estava muito emotivo, porque se tratava de mim. Quando acordámos o momento para eu sair, o presidente meio que mostrou uma lagrimazinha, e eu também, chorámos um bocado os dois. Mas é como já disse, foi bom para o clube. Não há nada acima do clube, nem eu estou acima do clube“, destacou.
Nesse sentido, disse que vai ter “muitas saudades dos amigos de infância“, porque a amizade “é uma coisa muito forte” que leva “para a vida“.
“Foram amigos que o Benfica me deu, como, por exemplo, o António, que, é do conhecimento público, é um dos meus melhores amigos. O próprio André, o Gouveia, a malta da formação, o Araújo, o Samuel, e mesmo aqueles que não são da formação. Eu tive uma empatia muito grande, disso eu sei que vou ter mesmo saudade. E a outra, não menos importante por eu dizer em segundo, é vestir a camisola do Benfica, entrar no Estádio da Luz, festejar um golo do Benfica. Vou continuar a festejá-los, não da mesma maneira, mas vou continuar a festejá-los. Agora fora de campo, mas disso eu vou ter muitas saudades“, reforçou.
O papel e influência de Roger Schmidt na carreira do médio também não passaram em branco foram abordados.
“Em primeiro, quando falo do Roger Schmidt, eu só tenho de lhe agradecer. Foi ele que me deu a oportunidade, foi ele que acreditou em mim, se calhar quando eu também não acreditava que estava preparado para fazer o meu primeiro jogo a titular contra o Estoril. Eu tenho uma dívida muito grande, porque foi ele que me pôs nesta situação. Nunca me esquecerei do mister Roger Schmidt“, começou por dizer João Neves.
“Não sendo só a parte desportiva que eu avalio, porque eu passo os dias com ele, também avalio a parte pessoal. O mister, além de um treinador, é uma pessoa fantástica, um ser humano fantástico, que não se relaciona com o jogador só por ser jogador de futebol, mas também por ser humano. Gostei muito de trabalhar com o mister. Acho que tem ideias boas, que nos levaram ao campeonato número 38. Apesar de não termos conquistado o 39, seguimos as ideias do mister, talvez piores [nós] do que no ano anterior. Mas as ideias eram as certas, e nós sabemos disso. Para mim, a parte humana é mais importante, e ao mister Roger Schmidt foi um gosto conhecê-lo“, continuou.