Nuno Ribeiro: “Atualmente uso essa rebeldia para não ter medo de arriscar, de cumprir os meus sonhos”, contou.
Nuno Ribeiro actua a 4 de Novembro no Coliseu do Porto, estreando-se assim na emblemática sala da cidade Invicta, ao mesmo tempo que é o seu primeiro coliseu [considerando Coliseu de Lisboa e Porto, como os mais importantes a nível nacional].
Nuno Ribeiro esteve à conversa com o Infocul e demonstrou uma invulgar maturidade para a tenra idade, mostrando-se consciente de para onde quer caminhar, sem nunca, em momento algum, deixar para trás as suas raízes e essência.
Um jovem que teve a sua rebeldia, posteriormente deu-se a conhecer num programa de talentos, o The Voice, na RTP1, e desde então nunca mais parou de criar música.
Dono de uma sensibilidade que nem sempre expõe ou transparece, Nuno Ribeiro tem construído o seu percurso de forma sólida, ao mesmo tempo que se vai maturando, descobrindo novas emoções e a sua música é o resultado da sua honestidade intelectual e verdade artística.
Gostar ou não gostar é uma opção, mas indiferente é difícil perante um jovem com uma clareza de ideias desarmante, mesmo ao primeiro contacto.
Tem em si a garra das gentes do Norte de Portugal, porém sem esconder os seus receios. Conversar com o jovem artista é sinónimo de um momento de crescimento e, acima de tudo, de confiança no futuro.
“Do miúdo rebelde? Olha, ainda sobre um bocadinho de tudo. Primeiro de tudo acho que é preciso um bocadinho de coragem, já falei isso com a malta da editora, por com tão poucos anos de carreira já estarmos a arriscar um primeiro coliseu“, disse-nos.
“É uma produção própria, portanto é um risco que estamos a correr. Pode correr muito bem, pode correr muito mal. Do menino rebelde há isso, atualmente já não quero pegar com ninguém, atualmente uso essa rebeldia para não ter medo de arriscar, de cumprir os meus sonhos. Essa rebeldia vê-se também no estilo de música que começo a fazer, de arriscar mais na escrita. Até agora, tudo o que eu fazia era mais pop convencional, digamos assim, o que eu fazia era um pop mais romântico e agora estou a abrir os horizontes e não só com o ‘Maria Joana’, no espectro cultural mas nas fusões artísticas. Vê-se também no meu EP, Sentir, e chama-se assim porque é a minha nova forma de sentir e fui eu próprio que produzi na íntegra para tentar desvirtuar aquilo que as pessoas acham aquilo que o Nuno é como artista”, considerou.
“Acho que daqui para a frente vão descobrir mais esse lado de mistura de culturas, sonoridades, artistas, é um caminho que tenho de fazer. A música é mais do que um círculo fechado, é partilha de emoções e sentimentos com outros artistas e então vou fazendo isso daqui para a frente“, vincou.
Sobre aquilo que acha que as pessoas pensam de si, disse-nos “mesmo com o Maria Joana, acho que as pessoas acham que sou, não sei se é o termo correcto, muito ‘limpinho’. Limpinho no sentido de ‘purinho’, que escreve aquelas baladinhas e músicas românticas. Mesmo as próprias melodias giravam nesse género. E não é porque eu apenas sentisse isso, era porque tinha receio se abrisse muito o espectro musical daquilo que as pessoas iriam pensar“.
“Acho que com o Maria Joana, as pessoas conseguiram perceber que consigo saltar para fora de pé e ir ao pop, trap, romântico, latino, Hip Hop, R&B, consigo circular de tudo o que seja música. Portanto, vou dar-me a conhecer um pouco mais, até porque gosto de coisas novas e não gosto de rotina e não quero que a minha música seja uma rotina“, acrescentou.
“Utilizo músicas para expor sentimentos e palavras que provavelmente no dia-a-dia não tenho tanta coragem. Isso também é um óptimo exercício, porque como vou dizendo isso na música, torna-se mais fácil depois ir habituando a dizer diariamente“, desvendou sobre a facilidade em exprimir mais facilmente emoções nas canções que no seu quotidiano diário.
Apesar de se ter dado a conhecer ao público num programa televisivo, sempre quis afastar-se do rótulo.
“Adorei participar no programa, foi a peça chave para eu perceber que era esta a vida que queria, que era música aquilo que pretendia, profissionalmente, no entanto, não é por estigma, nunca me agradou ser o Nuno do The Voice. E cada vez tenho menos pessoas a dizer que sou o Nuno do programa. Dizem que sou o Nuno por este ou aquele tema, embora agora seja mais o Nuno da ‘Maria Joana’”, contou.
“A estrada tem sido a maior fonte de ligação com os fãs, porque eu não sou muito de redes sociais, nem tenho grande à vontade. As minhas redes sociais nunca tiveram muito de mim a falar, mas sim a tocar guitarra e a cantar. Na estrada tenho várias conversas com os fãs e aí ficam a conhecer mais o meu lado pessoal. Tenho crescido também com a música Maria Joana, que começaram mais à associar à cara do artista. Depois começaram a ir aos concertos e diziam que conheciam mais 7 ou 8 músicas, mas que não associavam à cara e fico feliz que as pessoas gostem das minhas músicas“, explicou.
Nuno quer que as pessoas se sintam confortáveis no concerto do coliseu, até por ser a sala mais emblemática da ‘sua’ cidade.
E sobre o Porto destacou que tem muito dela naquilo que é a sua postura. Na verdade que impõe, nas emoções que tem, na sua forma mais nua e crua de agir.
Em aberto fica a possibilidade de actuar também no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Mas isso a seu tempo. Tem um longo caminho a fazer e a música portuguesa tem nele um dos pilares do futuro, assim o saiba amar na mesma intensidade com que ele cria bandas sonoras contemporâneas, sem nunca esquecer a tradição.
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