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Paixões, Tesões e Comichões

Paixões, Tesões e Comichões. Artigo redigido por Rui Lavrador.

Paixões, Tesões e Comichões

A sociedade caminha para um extremismo parolo, entre o conservadorismo extremo e a libertinagem inconsequente.

Temos as mãos cheias de pedras para atirar aos demais, esquecendo os nossos próprios telhados de vidro.

Fazemos das vidas vazias o motivo para opinar, achincalhar, supor e atacar a vida dos outros, por acharmos que a nossa opinião é uma verdade absoluta. Mesmo que não nos tenha sido pedida.

A sociedade perde-se a cada dia e não há meio de pararmos, pensarmos, reflectirmos e aprendermos a ter bom-senso, essa característica tão em desuso actualmente.

Maioria das pessoas vive em guetos mentais, fazendo da sua existência uma luta constante, muitas vezes sem saber qual o adversário. É contra porque sim, critica porque sim, comenta porque sim, opina porque sim. Sem fundamento ou critério.

Na verdade, somos uma sociedade tóxica, salvo raras excepções que conseguem manter-se alheadas deste mundo que corre a velocidade vertiginosa, com atitudes impulsivas sem pensar no quanto pode magoar ou ferir o outro.

Será mesmo este o mundo que pretendem deixar aos vossos filhos e netos? Em que todos atacam todos, em que a opinião contrária deixa de ser respeitada e passa a ser um alvo a abater?

Até o sector cultural, anteriormente frequentado por pensadores e intelectuais, tornou-se um ringue de boxe, em que matar aqueles que discordam de nós é o objectivo. Deixou de existir possibilidade de discutir de forma saudável qualquer ideia. Tudo ao molho, insultos em barda e fé sabe-se lá em quê.

As pessoas já não se apaixonam. Curtem. Deixaram de ter tesão, por ser um pensamento quase pecaminoso e que “insulta” os bons costumes (mesmo daqueles que têm ene filhos, quiçá vindos de Paris numa gaivota). E pior do que tudo o que atrás referi, é sofrerem de comichões com a vida e felicidade dos outros.

Caminhamos para o abismo, cheios de verdades absolutas, que não passam de egos ridículos. O tempo corre e não para e um dia será tarde demais para corrigir tanto erro social.

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