Ricardo Soler: “Ter ido para Espanha foi uma grande prova de que consigo estar fora do meu país e ter sucesso”, destacou.

Entrevista e Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Rute Nunes e Carlos Pedroso
Ricardo Soler é um dos mais importantes actores e cantores da sua geração. Não com o mediatismo e reconhecimento merecidos, mas com talento em barda e distintas presenças de sucesso em vários projectos.
Com 37 anos, estreou na passada sexta-feira o projecto Orquestra Pop Portuguesa [ver reportagem AQUI], no qual foi uma das vozes principais, ao lado de Catarina Clau.
Um projecto que surge após um ano em que esteve em Espanha, no qual foi reconhecido pelo público e pela crítica.
Destacou-se no musical ‘El tiempo entre Costuras’, além de uma arrebatadora participação no programa ‘Veo como cantas’, deixando tudo e todos rendidos ao seu talento.
Em Portugal, vários foram os projectos em que se destacou. Em todos eles, reconhecido pela qualidade com que brindou o público. Num país meritocrata, Ricardo Soler seria dos nomes principais da cena cultural.
Na passada sexta-feira, antes de subir ao palco do Salão Preto e Prata do Casino Estoril, Ricardo Soler concedeu declarações ao Infocul.pt.
Sobre o projecto da Orquestra Pop Portuguesa, mostrou-se feliz, grato e motivado.
“É verdade, regressado a Portugal depois de um ano em Espanha, onde estive a fazer teatro musical. Regresso em grande, com um grande projecto. É uma coisa que nunca tinha feito nestes quase 16 anos de carreira, cantar com uma orquestra. Estou muito entusiasmado, ontem estava a falar com os músicos e estou muito feliz, porque a música é para ser partilhada e disfrutada em conjunto, entre nós e o público. Estou nas sete quintas“, disse.
“Eu e a Catarina temos uma história muito engraçada, porque conhecemo-nos em 2018, aqui [Casino Estoril], no musical ‘A volta ao mundo em 80 minutos’, de Filipe La Feria, com o João Baião, e a partir daí parece que a vida nos tem feito cruzar em vários projectos. Fizemos o ‘All Together Now’, fazemos eventos privados os dois, fazemos concertos os dois e agora vamos entrar num projecto em televisão, juntos, portanto há uma magia qualquer entre os dois. E ela é uma cantora incrível, admiro-a imenso, é minha amiga. Sou suspeito“, acrescentou, deixando rasgados elogios à sua parceira de palco.
Este projecto pretende desmistificar a ideia de que as orquestras servem apenas a música clássica. É também objectivo, aproximar novos públicos das orquestras. Neste caso, através de hits da música pop.
“Eu não tenho formação musical, nunca passei por essas barbas do clássico, acho que me permitiu ser um bocadinho eclético na forma de cantar e interpretar. Esta ideia da orquestra vem desmistificar aquela ideia da música mais erudita, e atenção que a música clássica é incrível, mas não é para todos os gostos. Da mesma forma que a música pop também não é, daí termos aqui vários grupos e artistas, para chegarmos a todas as pessoas“, destacou Ricardo.
Depois da estreia no Casino Estoril, a Orquestra Pop actuará na Sala Tejo da Altice Arena a 27 de Maio.
Ricardo Soler gostava que o projecto pudesse fazer uma digressão pelo país… e ir até Espanha.
“Eu espero que isto possa percorrer o país, Algarve, Porto, Ilhas, até Espanha, que agora tenho imensos contactos lá que é uma maravilha. A ideia é mesmo essa“, referiu.
O artista falou ainda da experiência em Espanha: “Foi a melhor experiência da minha vida. Estava a precisar desse reconhecimento e de provar a mim mesmo que quando coloco uma coisa na cabeça, ninguém me para“, destacou.

“Eu gosto de ser reconhecido pelo meu trabalho, mas não quero ser mediático. Prefiro reconhecimento. Ter ido para Espanha foi uma grande prova de que consigo estar fora do meu país e ter sucesso. Estar nomeado para os Broadway World Spain Awards foi uma coisa espectacular, deixou-me emocionado, chorei, choraram os meus pais, foi uma choradeira. Por exemplo, em Madrid chegam a estar 20 musicais em cena, ter estado nomeado foi uma grande vitória. O que me falta? Não gosto de pensar no que me falta, as coisas vão caindo no colo, claro que trabalho muito, mas as coisas vão surgindo“, começou por destacar.
“Claro que em Espanha, tive de ir à luta, fazer castings, formar-me mais, mas as coisas resultaram“, acrescentou.
“Sempre fui bem tratado lá. Aliás vou agora em breve a Espanha ver os meus amigos, fiz imensas amizades lá e construí relações muito importantes para a vida“, continuou.
Para 2023, há já projectos em Espanha, e por isso mesmo, Ricardo estará entre Portugal e Espanha.
“Portugal e Espanha, é o que vai acabar por acontecer. Já tenho projectos para lá, mas mais para o final do ano“, revelou.
Ricardo Soler tem formação, também, em enfermagem. Porém, para já, essa área está arrumada.
“A enfermagem está arrumada. Quer dizer, eu achava que estava e como veio a pandemia, estive a fazer testes [COVID-19] e ainda cheguei a propor fazer vacinação. Enquanto não for precisa, está bem arrumada“, disse.
