Sabores no Barro: “cada ano que passa parece que é melhor que o ano passado”, assinalou o presidente da Junta.
Texto: Rui Lavrador / Entrevista: André Nunes e Rui Lavrador / Fotografia: Diogo Nora
Balanço muito positivo do Sabores no Barro, realizado no fim-de-semana passado em Beringel, na sua 11ª edição.
O presidente da Junta de Freguesia de Beringel, Vítor Besugo, falou ao Infocul e mostrou-se satisfeito, além de destacar o papel dos embaixadores.
Os embaixadores do evento são Antelmo Serrado, António Zambujo, António Caixeiro, Buba Espinho, Bruno Chaveiro e agora a ‘embaixadorazinha’ Beatriz Felício.
Em 2026, o evento realizar-se-á a 27, 28 e 29 de Março.
Vítor, último dia de Sabores no Barro, para já o primeiro balanço da edição deste ano.
Eu já tenho medo de falar de balanços porque todos os anos me vou repetindo porque cada ano que passa parece que é melhor que o ano passado e vou ter de voltar a repetir o que digo nas edições anteriores quando apresento um balanço.
Em termos de público foi muito bom, posso dizer que as associações locais exploraram as tasquinhas e durante estes 3 dias trabalharam intensamente para servir quem nos visitou com os comerciantes de Barro e estas tasquinhas também estão muito contentes porque foi para eles também o melhor ano em termos de resultados e de vendas. Também é importante para eles porque no dia-a-dia o dinheiro aqui é angariado para trabalhar em prol das crianças, dos atletas, do cante, porque são estas associações que estão aqui representadas.
Depois em termos de qualidade, para mim é o mais importante, é a qualidade dos artistas e dos nossos amigos. Superou tudo, eu acho que foi brutal tanto na sexta-feira como ontem os grupos corais, os 4 que nos visitaram foram excelentes e o espetáculo do Buba e dos amigos, acho que tivemos um dos momentos mais altos aqui vividos nesta embaixada agora batizada Embaixada do Cante.
Foi impressionante o que se passou ontem nesta embaixada, eu penso que quase toda a gente deitou uma lágrima ao ouvir o Buba, ao ouvir os bandidos do Cante, ao ouvir a Inês, do grupo coral de Ourique e depois seguimos pela noite fora com o grupo Alma Sul que também vieram apresentar o seu 2º trabalho discográfico e tem 3 horas este espetáculo.
Depois terminamos com o Filipe Alves e com o DJ e as tendas estiveram cheias, tanto a tenda como o espaço e se em termos de público foi muito bom, para nós o importante é a qualidade musical e é isso que nós queremos e não posso nunca deixar de referir o respeito que há ali na Embaixada do Cante quando se ouve o cante alentejano porque ninguém fala, toda a gente respeita e se alguém ouve dizer uma palavra há logo um ombro a tocar-lhe a dizer, deixe-me ouvir, isso é muito gratificante porque acima de tudo mais do que vir muita gente, eu disse isso na sexta-feira, eu não quero mais gente, quero é qualidade, nós não temos capacidade para receber mais, mas é o que é e é aqui e é aqui que vai continuar a ser, pelo menos enquanto nós cá estivemos e é isto que marca a diferença para os outros locais.
Tens como embaixadores nomes que já são bastante mediáticos e que têm bastante peso naquilo que é a captação de público, o mais sonante por motivos óbvios chama-se António Zambujo, tens também o Buba, tens o António Caixeiro, o Bruno Chaveiro, o Antelmo, aquilo que eu te pergunto é qual é a importância de ter estes embaixadores mas ao mesmo tempo não quereres alargar mais o evento para que a essência não se perca. Consegues juntar aqui quase o melhor dos dois mundos, ou seja, tens em termos mediáticos os embaixadores mas depois isto é uma coisa muito única, muito específica para que quem venha sinta uma experiência que não pode viver naquilo que são os concertos deles normais.
Claro, é esse o grande desafio, é nós acima de tudo sabermos o que queremos e quando nós sabemos o que é que queremos acho que é fundamental para atingir os objetivos pretendidos e o nosso objetivo é esse mesmo, é aumentar a qualidade, ter isto sempre connosco porque como sabemos e estás a dizer bem, são nomes muito sonantes na música nacional e internacional e sabemos que o Zambujo tem uma carreira internacional já muito grande e no Brasil todos os anos faz digressões e este ano está a acontecer o mesmo, está no Brasil a cantar com o Yamandu Costa e não consegue estar, depois o Buba, e eles tentam todos fazer isso.
Amanhã, quando na segunda-feira, vamos comer uma açorda de alho, todos os voluntários, todas as organizações com os embaixadores e marcamos a data do ano seguinte e eles tentam riscar logo na agenda para não terem nada para poderem cá estar e é por isso é que conseguimos ter sempre cá o Zambujo, o Buba, o António Caixeiro, o Bruno Chaveiro, a Beatriz Felício agora embaixadorazinha, porque há sempre este processo para chegar embaixadora, tem que trabalhar para lá chegar, não é?
Fazemos isso com graça, mas também é um pouco isso mesmo, e a Beatriz encarna bem estes espírito, já cá vem há muitos anos e é muito difícil com estes embaixadores não aumentar o número de visitantes, porque todos os anos aumentam, porque já há outros nomes, já há outras pessoas a quererem vir conhecer, eu posso dizer que está aí de Braga, não foi uma pessoa nem duas que nos vieram dizer, viemos de Braga, viemos de Setúbal, viemos de Chaves, viemos do Algarve, muita gente do Algarve e isto é sinal que eles estão a fazer o trabalho deles que é a divulgação do evento.
Depois também temos a sorte de ter uma comunicação social, tanto local como vocês próprios e com o público que nos ajuda, que nos apoia na promoção do nosso evento e isso faz com que as pessoas que gostam deste tipo de cante, do cante alentejano, também nos venham visitar.
O evento vai manter-se aqui nestes casões.
O que consideras que é essencialmente o papel do embaixador no trabalho que pode fazer?
O embaixador, para além de divulgar o evento, tem para mim uma questão mais importante que tudo que é elaborar o cartaz conosco, ou seja, eles é que nos dizem para o ano vai-se convidar este, este, este, agora há aqui uns miúdos que estão a sair, temos que os colocar.
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