Santa Casa Alfama: ‘Em casa d’Amália’ contou com muito público

Santa Casa Alfama: 'Em casa d'Amália' contou com muito público

Santa Casa Alfama: ‘Em casa d’Amália’ contou com muito público, na abertura da edição deste ano.

O Santa Casa Alfama abriu esta edição com o espectáculo intitulado ‘Em casa d’ Amália’, no Palco Ermelinda de Freitas, no Rooftop do Terminal de Cruzeiros de Lisboa.

Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Rute Nunes e Carlos Pedroso

‘Em casa d’ Amalia‘ é um programa apresentado por José Gonçalez, na RTP1, que tem por objectivo recriar as famosas tertúlias que aconteciam em casa de Amália Rodrigues.

Assim, desta vez, criou-se um concerto-tertúlia em que os artistas foram cantando fados, além de outros géneros musicais, intercalados por ‘dois dedos de conversa’.

O primeiro ponto negativo prende-se com a cenografia. De modo a recriar a sala de Amália, o cenário foi feito com lonas penduradas em cordas, nas quais era recriada a sala em questão. A ideia percebe-se e tem lógica, contudo o facto dessas lonas serem suportadas por cordas, em modo estendal, ficou inestético. Dever-se-ia ter apostado em outros materiais de forma a tornar a sala mais real e factual. Não seria mais prático comprar décors de outros materiais? Embora, neste caso, entendas que os custos não sejam simpáticos, para um único espectáculo.

Exceptuando este pormenor, o espectáculo foi dinâmico, divertido, com excelentes momentos musicais e conversas sobre a origem de muitos temas icónicos da música portuguesa.

O elenco foi composto por André Dias, Jorge Fernando, Tozé Brito, Alexandra e FF, num concerto-tertúlia conduzido e moderado por José Gonçalez.

Alexandra foi a primeira a cantar, e de forma poderosa e excelente, o Fado Menor do Porto, com letra de António Laranjeiro. O conceituado e genial Jorge Fernando cantou ‘Valsa dos Amantes’, um dos seus maiores sucessos, com letra e música da sua autoria. Seguiu-se FF com ‘Alfama’, provavelmente no palco mais bonito deste festival, com o típico bairro lisboeta na retaguarda. Uma interpretação aquém do valor que lhe é dado por alguma imprensa, caindo em exageros com a voz, sem necessidade de o fazer para conseguir brilhar.

André Baptista encontrava-se a assistir ao espectáculo, sendo interpelado por José Gonçalez para interpretar um tema. A escolha recaiu em ‘Lá na minha aldeia’, inspirado no folclore tradicional, com letra de Alberto Janes. Muito boa interpretação de André, com a voz muito bem calibrada, sem exageros e muito afinada.

Tozé Brito interpretou um tema da sua autoria, do repertório de Ana Moura, intitulado ‘O Que Foi que Aconteceu’. José Gonçalez interpretou ‘Fado da Lezíria’, do disco “Um homem no país”, de Carlos do Carmo, escrito por Ary dos Santos e musicado por Tozé Brito.

O espectáculo tertuliano teve uma dinâmica muito divertida e interessante com os artistas a comunicarem com o público e com outros artistas que estavam na assistência.

Silvino Sardo, que entretanto apareceu, foi desafiado a cantar ‘Trigueirinha’, com letra e música de Jorge Fernando. Todos os artistas em palco, cantaram em coro o tema dos Gemini, ‘Pensando em ti’, num momento revivalista.

André Amaro, que estava na plateia, foi desafiado, por José Gonçalez, a cantar ‘Com que voz’, icónico tema de Amália Rodrigues. Notei que o cantor não estaria bem da voz, provavelmente constipado, acabando por estar bem, sem contudo com a qualidade que pode. Aqui, penso que se deveu meramente a uma questão de saúde vocal.

Jorge Fernando afastou a chuva física, para nos balsamar a alma com ‘Chuva’, da sua autoria, um dos temas mais sobejamente conhecidos da música portuguesa. Juntou-se Rui Poço e André Amaro para este momento.

FF cantou ‘Fado da Sina’, eternizado por Hermínia Silva. Aqui sim, FF esteve soberbo e sem nada a apontar, com o público a reagir numa fortíssimo aplauso.

Francisca, que estava na plateia, cantou Rua do Capelão. Gonçalez interpretou ‘Mundo de Menino’, “Ai se os meus olhos falassem”, do repertório de Tristão da Silva, foi interpretado por Alexandra, FF aventurou-se em “Nem às paredes confesso” e Jorge Fernando foi a mais um sucesso seu, “Pode ser saudade”.

O espectáculo fechou com o tema “20 anos”, cantado em uníssono por artistas e público.

Muito público a assistir e a participar nas canções, artistas entregues e o Santa Casa Alfama a abrir com um espectáculo muito agradável.

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