Saragoça: López Simón e Juan Leal mereciam mais…

Saragoça: López Simón e Juan Leal mereciam mais...

Saragoça: López Simón e Juan Leal mereciam mais… na tarde chuvosa de hoje.

La Misericórdia, a Praça de Touros de Saragoça, recebeu este sábado, 23 de Abril, a primeira de duas corridas de touros que integram a Feira de São Jorge.

Texto: Rui Lavrador
Fotografia: Miguel Vidal Pinheiro

Frente a touros da ganadaria López Gibaja, actuaram os matadores Curro Díaz, Alberto López Simón e Juan Leal.

Curro Díaz abriu praça e infelizmente não o fez de forma brilhante, nem sequer estando perto. Frente a um touro que foi de mais a menos, em termos de comportamento, que nunca humilhou verdadeiramente na investida e que não permitiu repetição na arte de Curro Diaz, a verdade é que o toureiro encurtou no capote e na muleta esforçou-se pelo píton esquerdo, mas sem qualquer momento que fizesse o público expressar ânimo. Falhou na estocada e teve de usar o descabello várias vezes. Silêncio.

Frente a outro complicado touro, actuou López Simón. Mas aqui a actuação do toureiro foi de muito melhor nota. Um touro muito aplaudido na saída à arena, devido à sua fisionomia, bonito de cara e córnea bem rematada e alta. Porém, em comportamento quebrou rapidamente e obrigou Lopez Simón a arriscar tudo. Bem no capote, por Verónicas. Mas, foi na muleta que mais bordou o toureio e a arte de bem tourear. Colocando-se sempre na cara do touro e entre a córnea, optou por um toureio suave e de curtas distâncias, devido a alguma falta de força do oponente. Tentou tirar água, de um poço quase seco. A verdade é que não fosse o mau uso da espada e teria cortado uma orelha, muito meritória. Foi silenciado.

Juan Leal apresentou-se em Saragoça, certamente motivado após a porta grande que abriu em Arles, com o corte de duas orelhas. E em Saragoça esteve poderoso, artístico e fez soltar os aplausos e ‘olés’ repetidamente. No capote, começou por entender rapidamente o touro que tinha por diante e destacou-se por o lidar no centro de arena, recursos técnicos diversos e uma notada estética. E na muleta, senhores, armou um verdadeiro vendaval artístico e de classe. Lidou por ambos os pitons, aproveitou muito bem a investida do touro, que se revelou também nobre e bravo. Destacam-se três séries de puro requinte e arte. Estocada inteira e uma orelha como prémio, apesar da forte petição de segunda. Porém, José Antonio Ezquerra, presidente do festejo, recusou-se a atribuir. Actuação realizada ao som do pasodoble ‘Pablo Hermoso de Mendoza’.

Curro Diaz não teve, de todo, uma tarde feliz. Um lote de touros que não lhe deu grandes opções, embora nesta segunda actuação tenha conseguido demonstrar um pouco mais da sua valia. Um touro pouco nobre, a medir muito os terrenos e a não humilhar na investida que foi sempre pouco franca. No capote, pouco se viu do matador espanhol. Na muleta, empenhou-se, com claro destaque para a insistência pelo píton direito. Após estocada, e dada a demora do touro em cair, usou descabello. Foi silenciado.

Na gíria, costuma afirmar-se que não “há quinto mau”, no que se refere à ordem de saída dos touros. E neste caso, o chavão aplica-se de forma indubitável. Um belíssimo exemplar de López Gibaja, a quem López Simón soube entender na perfeição. Uma actuação que começou logo em plano muito elevado no capote, fazendo tudo como mandam os cânones de bem tourear. E na muleta, voltou a impor-se, como já tinha feito na primeira actuação, mas aqui superando-se tecnicamente e com a ideia sempre de baixar bem a muleta, levando à investida humilhada do oponente. Séries prolongadas e superiores por ambos os pitons, numa actuação rematada com Manoletinas, seguida de Molinete e passe de peito. Cortou uma orelha, com forte petição de segunda.

Coube a Juan Leal encerrar as actuações. No capote, encurtou. Demasiado picado o touro, ouvindo-se assobios em Saragoça. Na muleta, iniciou a actuação de joelhos em terra, no centro da arena, assim continuando nos primeiros passes, para depois já em pé e, continuando,pelo píton direito, desenhar duas séries que levaram a um ‘bruá’ na bancada. A partir deste momento, o touro veio a menos, fugindo da lide e Juan Leal teve de porfiar muito para conseguir algo. Mau uso da espada, concretizando apenas ao segundo intento e ainda usando o descabello. Foi silenciado.

Os touros de Antonio López Gibaja, de encaste maioritariamente Domecq, saíram com apresentação irrepreensível, maioritariamente curtos de mãos, córneas rematadas e jogo desigual, destacando-se pela positiva os lidados em 3º e 5º lugares.

A praça registou aproximadamente meia lotação preenchida.

Não perca mais logo a reportagem completa da corrida de touros.

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