The Gift com espectáculo arrebatador no Coliseu dos Recreios, tendo por base o disco ‘Coral’.
Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Rute Nunes e Carlos Pedroso
O Coliseu dos Recreios recebeu, ontem, um majestoso concerto dos The Gift que vieram à principal sala lisboeta apresentar o seu mais recente disco, Coral.
A banda de Alcobaça proporcionou um dos mais requintados, belos e supimpas concertos do ano, com uma dimensão espiritual e visceral, que compete com os nomes maiores internacionais.
Indiscutivelmente uma das bandas nacionais mais credenciada pelo arrojo, qualidade e cimentada carreira alcançada, The Gift está num patamar em que consegue expor toda a emoção das suas melodias e letras, potenciando sensações únicas a quem se desloca aos seus espectáculos.
Uma espécie de bolha imaginária, em que o tempo pára e somos levados para uma outra dimensão, de ilimitada qualidade, bom gosto e amor, nas suas diferentes perspectivas.
Este espectáculo teve a curiosidade de acontecer 24 anos depois da primeira vez em que a banda actuou nesta sala.
O mundo mudou, o consumo de música mudou e, claro, os Gift também mudaram, ou se preferirmos evoluíram e expandiram a sua obra.
Talvez, em parte, pela constante busca pelo “novo, pelo único”, como referiu Nuno Gonçalves a dada altura do concerto.
A voz de Sónia Tavares continua a demonstrar uma ligação ao divino, bem aromatizada com a electrónica de Nuno Gonçalves que é servida de forma crua, cortante, intensa, ambos bem secundados por John Gonçalves e Miguel Ribeiro. O coro, ontem alargado, esteve sublime dando mais corpo à intensidade a que os Gift nos foram habituando ao longo dos anos.
A música desta banda não é feita de modas, é feita de coração e alma, por isso é tensa, impactante, inebriante até em alguns momentos, servida como os melhores vinhos, que obrigam a degustar com tempo, para que se possa sentir todo o aroma.
A banda tinha prometido um espectáculo imersivo e cumpriu, com nota brilhante e perante sala esgotada, marcou de forma única e para sempre cada uma das pessoas que ali esteve.
Além dos temas do disco ‘Coral’, houve espaço para temas mais antigos e ainda um novo, ‘Nocturne’ que é do mais bonito que se pode ouvir.
Nenhum texto poderá fazer jus ao que ali se viveu, mas haverá possibilidade de saborear este concerto através da RTP, em breve, dado que o espectáculo foi gravado pelo canal estatal.
Realce para o desenho de luz e multimédia do concerto e para toda a estrutura do espectáculo. Que sorte vivermos na era da banda The Gift.
Alinhamento:
Noir – Adagio Doloroso
Noir
Dissonante
7 Vezes
Regresso
Adagio
Love Whitout Violins
Impressiveness
Um lamento
única
The Girl next door
OK! Do You Want Something Simple?
Nocturne
Passa-se o tempo
Infinita
Cancun
Primavera
Music