Vota como uma mulher: vota no que quiseres

Nem de propósito, hoje é Dia Internacional da Mulher e temos eleições – direito (e dever) que ganhámos mais tarde – daqui a dois dias. Temos visto, a propósito deste dia 10 de março, várias partilhas de políticos, principalmente mulheres, candidatas ao Parlamento, a querer mandar demasiado na opinião e decisão de milhares de pessoas. Isso, e influencers.

Ao ver essas publicações pelas redes sociais não sei se ria se chore. De mulher para qualquer homem ou mulher que leia este texto, digo: deves votar no partido que quiseres e no qual acreditas, e não tem de ser um partido de esquerda (como as tal publicações incitam). Pasmem-se. Essa mesma esquerda que julga uma mulher por não votar por ali. Ora isto não é defender a liberdade, ser-se inclusivo ou feminista.

Já tivemos anos a mais, mulheres, com ambientes opressores e com quem mandasse em nós. Com uma Sociedade em geral liderada por homens, a ditar o que devíamos ou não fazer, o que devíamos ou não pensar e até, a ditarem que ainda não era hora de nós votarmos. Essa era, parece que não, ao olharmos para essas publicações nos últimos dias, já acabou. E acabou muito bem.

Eu quero muitas coisas para Portugal que me deixariam ser uma mulher mais feliz. Quero que haja maternidades abertas, com urgências a funcionar, com condições, com a certeza de que, literalmente, os filhos das mães poderão nascer com segurança e que estas serão bem tratadas. Quero segurança nas ruas, para que não sinta que posso ser assediada em qualquer esquina e que isso não tem mal algum e quero leis justas e funcionais em que, em caso de violação, por exemplo, funcionem com rapidez. Quero que a violência doméstica diminua e seja levada a sério pelos tribunais, que em vez de enviarem quem agride, de múltiplas formas, de volta para casa, atuem eficaz e eficientemente. E ainda quero forças de segurança fortes, respeitadas e que respeitem, numa relação mútua com a Sociedade, que só se consegue com boas condições, treino/formação e fiscalização.

Uma coisa é certa, se tal como eu, mulher, estás cansada do Portugal de hoje, não concordas com imensas coisas e queres uma real mudança, essa mudança só existirá com a vitória da Aliança Democrática.

A diferença deste lado face ao outro é: se não votares AD, está tudo bem para quem é AD. Mas se não votares na esquerda, acredita que acabas de ser uma mulher num escalão abaixo. Tal como o Manuel Luís Goucha já não é um gay decente. Pasmem-se.

Afinal, o que é que querem dizer com, deves votar como uma mulher? A mulher ainda é uma força menor? Sem pensamento próprio? Enquanto mulher, que sabe o que quer, escusam de me dar ordens subtis ou tentar pôr-me à margem.

Feliz Dia da Mulher: Estamos em 2024, a escolha é tua! Mulher ou não, domingo, a escolha é tua!

Marta Raimundo

Vice-presidente da Juventude Popular de Setúbal e dirigente nacional da Juventude Popular

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