São Martinho vence concurso de ganadarias em Paio Pires

São Martinho vence concurso de ganadarias em Paio Pires

São Martinho vence concurso de ganadarias em Paio Pires, com Luís Rouxinol Jr. a vencer o prémio para melhor lide e Vítor Marques, dos Amadores de Alcochete, para a melhor pega.

Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Rute Nunes e Carlos Pedroso

A Paio Pires Arena recebeu um concurso de ganadarias, com um cartel composto pelos cavaleiros Rui Salvador, Filipe Gonçalves e Luís Rouxinol Jr. e os Forcados Amadores de Lisboa e Alcochete.

Lidaram-se touros das ganadarias Calejo Pires, Murteira Grave, Fontembro, Fernandes de Castro, Vinhas e São Martinho.

A corrida iniciou-se com 15 minutos de atraso, devido ao facto de algum público ainda estar a estacionar o automóvel.

Durante as cortesias foi guardado um minuto de silêncio em memória de Carlos Empis. Após as cortesias, o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa prestou homenagem a António José Casaca, membro da organização e ex-elemento dos Forcados de Lisboa.

Rui Salvador enfrentou um touro da ganadaria Calejo Pires, completamente perdido de manso e com querença em tábuas. O cavaleiro teve de porfiar muito para conseguir deixar a cravagem na ordem. O terceiro curto é de muito mérito, com Salvador a pisar terrenos de compromisso.

Tiago Silva, pelos Amadores de Lisboa, concretizou ao segundo intento, numa excelente execução, perante um touro brusco na investida.

Filipe Gonçalves teve por diante um touro da ganadaria Murteira Grave, com mais mobilidade, alguma dificuldade em fixar-se, mas permitindo lide ao cavaleiro. Uma actuação muito agradável e que acordou o público de Paio Pires. O primeiro ferro comprido é de muito boa nota. Na ferragem curta teve três ferros de excelente nota, em reuniões muito cingidas, rematando as sortes. Terminou com um palmito, que lhe valeu forte toque na montada.

Henrique Teixeira Duarte, pelos Amadores de Alcochete, concretizou ao segundo intento, numa excelente execução, mandando e estando muito bem a reunir com o touro.

Luís Rouxinol teve um início de lide muito complicado, frente ao touro da ganadaria de Fontembro, que simplesmente não investia ao cites do cavaleiro, chegando mesmo a estar lado a lado com o cavalo, sem investir. Apenas investia no capote e andava atento ao que se passava na trincheira. Após dois ferros compridos, cravados com esforço, a lide e o touro vieram a mais na série de curtos, com Rouxinol Jr. a porfiar muito e a deixar a cravagem da ordem, destacando-se dois curtos de boa nota, pisando terrenos de compromisso, após boa brega. Um touro que pareceu com falta de força na mão direita, ao longo de toda a lide.

Daniel Batalha, pelos Amadores de Lisboa, concretizou a pega ao segundo intento.

Rui Salvador enfrentou um complicado touro da ganadaria de Fernandes de Castro.  Uma actuação de muito, mas mesmo muito mérito do cavaleiro. Esteve bem na forma como bregou com o touro, soube resolver os problemas que este lhe foi colocando e nas cravagens, com destaque nos ferros curtos, as reuniões resultaram cingidas, como mandam as regras. A garra de Salvador, aliada à técnica e conhecimento, foram elementos chave para uma actuação de boa nota, frente a um touro com pouca transmissão.

João Ferreira, pelos Amadores de Alcochete, concretizou a pega ao sexto intento.

Destacar o bandarilheiro João Pedro Silva ‘Açoriano’, pela forma como lanceou ambos os touros do lote que saiu em sorte ao cavaleiro Rui Salvador e ainda pela forma como os colocou para as duas pegas, sendo muito aplaudido pelo público. O mesmo bandarilheiro que, discretamente, teve uma atitude louvável. Uma criança na bancada, acompanhada dos pais, tinha consigo um pequeno capote. E esse capote foi “batizado” pelo bandarilheiro, num gesto em que juntou o capote da criança ao seu, aquando da saída de um dos touros à arena, do lote de outro cavaleiro. A criança ficou feliz, os pais também, e certamente a afición dos três terá aumentado ali bastante.

Filipe Gonçalves enfrentou o touro da ganadaria Vinhas, a concurso. Uma actuação positiva, com o habitual elã que o algarvio consegue criar com o público. Dá da sua actuação destaca-se o par de bandarilhas com que encerrou a actuação, cravado nos médios, de grande qualidade.

Bernardo Reboredo, pelos Amadores de Lisboa, concretizou ao segundo intento, numa muito boa execução.

Luís Rouxinol fechou as actuações equestres, frente a um touro da ganadaria de São Martinho. Uma actuação com muita garra do jovem cavaleiro, com o destaque a ser um ferro curto de muito bom nível, ao estribo. Pena o forte toque na montada, quase a terminar a lide, que fechou com dois palmitos.

Vítor Marques, pelos Amadores de Alcochete, pegou com sucesso ao segundo intento.

O júri para os prémios Bravura e Apresentação foi composto por: Vasco Lucas, Frederico Cunha, Miguel Ortega Cláudio e Francisco Marques. Ambos os prémios foram atribuídos ao touro da ganadaria São Martinho.

Já o júri para a melhor lide e para a melhor pega foi composto pela Comissão Taurina de Paio Pires.

O prémio para melhor lide foi para o cavaleiro Luís Rouxinol, ao sexto touro, e a melhor pega para Vítor Marques, dos Amadores de Alcochete, ao sexto touro. 

Caso para escrever que o melhor estava para o fim, com todos os prémios a serem atribuídos ao último touro, última lide e última pega.

Corrida dirigida pelo delegado técnico tauromáquico Ricardo Dias, assessorado pelo médico veterinário Jorge Moreira da Silva.

A Paio Pires Arena registou uma boa moldura humana, preenchendo boa parte do espaço, dentro das limitações impostas pelas autoridades de saúde.

São Martinho vence concurso de ganadarias em Paio Pires, numa corrida com mais de 3 horas de duração.

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