André Duarte: “Eu sou um artista Queer. E isso não significa que vá apenas falar da minha sexualidade”

André Duarte: “Eu sou um artista Queer. E isso não significa que vá apenas falar da minha sexualidade”, referiu.

André Duarte: "Eu sou um artista Queer. E isso não significa que vá apenas falar da minha sexualidade"

André Duarte editou recentemente o seu EP que conta com os temas Pertencer a alguém, Tempo de Parar, Tu Não Vês e Meu Lugar. O EP encontra-se disponível nas plataformas digitais.

Em entrevista ao Infocul.pt, André Duarte falou um pouco sobre este EP, sobre o que o inspira na música e ainda sobre a temática da homossexualidade na sua música, declarando-se como “artista Queer”.

André, o seu EP intitula-se ‘Meu lugar’. Começo por lhe perguntar que lugar é este?

É a raiz do Amor. E o Amor começa dentro de cada um de nós. Temos de ser capazes de processar culpas, arrependimentos, traumas e toda a carga negativa que nos envolve. Entender isto como uma parte de nós e aceitar a nossa essência na sua totalidade. O Amor nasce aqui. Depois de nos amarmos somos capazes de o transbordar e afetar todas as pessoas à nossa volta. Por isso, acho que podemos dizer que o Meu Lugar se estende também ao lugar de todas as pessoas que passam pela minha vida, que ouvem a minha música e que, de alguma forma, me apoiam.

Ao abordar um dos seus temas, o André referiu que é na música que encontra paz e resolução para os problemas reais. Além da paixão que tem por esta Arte, esta Arte é terapêutica?

A música, para mim, surge como uma ferramenta de terapia. É na música que descarrego a ansiedade, o medo, a frustração, tudo… é nela que conecto com outras pessoas, que as vejo inteiras. Mas a composição é uma parte mais especifica da música, uma vez que só consigo escrever sobre um determinado assunto depois de o ter resolvido por completo. Escrevo apenas sobre sentimentos já processados e, por isso mesmo, a composição serve-me de sinal. Quando consigo passar para o papel aquilo que sentia sei que “já passou”.

Quem é o André Duarte?

Sou verdade. Tento viver a minha vida de forma autêntica, rodeado de pessoas que amo, e criar marcas bonitas que deixo para trás para que outras pessoas as possam apanhar. Acredito que a melhor forma de fazer isto é focar-me sempre no lado bom das coisas e espero inspirar as pessoas que me ouvem a viverem sobre a mesma filosofia. “Vai dar certo! Como? Não sei, ainda. Mas vai.”

A sexualidade foi abordada num dos seus temas. Era uma necessidade ou foi algo que surgiu naturalmente? Sente que através da música é mais fácil passar algumas mensagens?

Acho que, no início da aventura que foi criar este EP, me focava muito em marcar alguns valores e passar a minha sexualidade era um deles. No entanto, com o passar do tempo e o avançar do meu processo de aceitação percebi que eu não tenho de estar ativamente a tentar marcar a minha sexualidade. Eu sou um artista Queer. E isso não significa que vá apenas falar da minha sexualidade ou que vá criar música para um público específico. Vou sim, criar sobre os mesmos temas que qualquer outro artista cria, apenas sob uma perspetiva ainda pouco ouvida.

O EP já está disponível nas plataformas digitais. Que retorno do público tem tido até este momento sobre o EP?

O público está a receber o EP exatamente como eu gostava que recebesse. Algumas pessoas adoram tudo, outras gostam, mas “não é bem a cena delas” e outras ficam incomodadas. Isto é Arte! Iniciar um pensamento, quebrar preconceitos, mudar juízos de valor e, claro, entreter quem aprecia.

Fazendo uma pequena brincadeira com o nome do tema ‘Pertencer a Alguém’, a quem pertence André Duarte?

Pertenço ao Mundo. Desde sempre tive o privilégio de viajar imenso e isso abriu-me os horizontes para tantas realidades diferentes. Cada uma delas acabou por me influenciar de forma única e tornaram-me muito mais empático. Não vejo culturas, tamanhos, cor, género ou sexualidade; vejo pessoas.

Quais as maiores dificuldades que tem sentido no mercado musical?

Sem dúvida a falta de apoio que existe para com os novos artistas. Hoje em dia, as grandes plataformas de distribuição não veem talento nem mensagem. Veem números. “Quantos seguidores tens?”, “Quantos subscritores?”, “Ah, até é bom, mas não tem visualizações suficientes”. São algumas das frases que já ouvi e que me deixam sempre sem reação.

Quem são, se as tiver claro, as suas grandes referências na música?

Ariana Grande e Sam Smith, a nível internacional. Jura, SYRO, Carolina Deslandes e Bárbara Bandeira a nível nacional.

Voltando um pouco atrás, se não existisse a música como acha que alguns problemas seriam resolvidos?

Como disse, a composição surge no final do processar das situações, portanto eu penso que os problemas seriam resolvidos à mesma, mas talvez num processo mais lento, uma vez que não teria a música como ferramenta para descarregar as emoções negativas.

Quais as próximas novidades ou espetáculos que possa já abordar?

Ainda não posso adiantar muita coisa, mas estou a estruturar um grande projeto paralelo ao EP – Meu Lugar e tenho já dois concertos marcados para breve. A apresentação oficial do EP – dia 30 de Junho, em Lisboa – vai funcionar por convite, portanto se alguém quiser bilhetes é só contactar-me por qualquer rede social. E dia 12 de Julho vou apresentar-me no Tokyo Lisboa.

Onde pode o público interagir consigo e qual a sua relação com as redes sociais?

Podem encontrar-me em qualquer rede social com o handle @andreduartemusic, mas onde sou bastante mais ativo é no Instagram.

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