Luís Osório destaca Clara de Sousa: “Adoro a maneira orgulhosa como fala dos pais”, assinalou no Postal Do Dia.
Assim, deu como título “A verdade de Clara de Sousa“.
“Não é a primeira vez que Clara de Sousa fala das suas sombras. Gosto quando o faz. Identifico-me quando alguém transforma as sombras em luz. E respeito ainda mais quando quem o faz tem uma carreira como ela. É mais fácil quando nada se tem a perder, é tudo mais difícil quando o mediatismo obriga a maioria de nós a limar o que não parece ficar tão bem na fotografia“, começou por escrever.
“Clara é uma estrela. Mas não há dia em que não volte com a memória aos dias em que os pais tudo faziam para lhe garantir um futuro. O pai José e a mãe Eugénia, mouros de trabalho, a saírem quase de madrugada e a regressarem já depois da hora dos telejornais. Ela aprendeu a ficar sozinha, a falar consigo própria, a ler e a observar o mundo com olhos curiosos. E a ajudar em casa. Eugénia tinha a quarta classe e era cozinheira. Aos nove anos, a pequena e doce Clara começou a preparar os jantares para os pais. José e Eugénia podiam contar com isso, com o cheirinho que saía do forno quando chegavam a casa. Uma casa feita com os braços de todos. Ela própria, menina franzina e bonita carregava baldes de cimento para a construção do telhado. A vizinhança ajudava e tudo parecia perfeito“, continuou.
“Adoro a maneira orgulhosa como fala dos pais. Quando vemos e ouvimos tanta gente a maquilhar a sua verdade para parecer bem, é um bálsamo ver e ouvir Clara a ser outra vez menina. Ouvi-la a confessar que quando cozinha, quando está sozinha a fazer o jantar, volta às memórias de infância… Talvez lhe ocorra que a mãe Eugénia um dia voltará a pôr as chaves à porta e a elogiar o cheirinho que foge do forno. Querida Clara de Sousa, obrigado por seres verdade“, concluiu.