Costinha junta-se Rui Costa ou Marco Silva como um dos comentadores da RTP para o Euro 2016. Durante a apresentação da cobertura que a estação pública vai realizar para acompanhar a selecção portuguesa em França, o ex-jogador de futebol falou com o Infocul sobre o trabalho que vai realizar e a sua experiência no Euro 2004, onde Portugal alcançou o segundo lugar.
“Eu já tinha feito o mundial do Brasil numa altura em que tive um interregno na minha formação como treinador de futebol e para não estar parado, pois sou uma pessoa que gosta muito de trabalhar, aceitei o convite para vir trabalhar para a RTP como comentador de futebol. Também aceitei o convite da rádio. São duas áreas que eu nunca pensei vir a gostar tanto. Além de estar em contacto, diariamente, com o futebol, também vejo outras realidades. Quando perguntaram se estava disponível para fazer o europeu, salvaguardando, obviamente, a possibilidade de ter de ir treinar nessa temporada e ter que me ausentar, aceitei de imediato e espero que o meu contributo seja positivo para que quem esteja a ver ou ouvir, lá em casa, possa ficar mais esclarecido sobre aquilo que vai ser o europeu e a caminhada de Portugal nesta importantíssima prova“, conta Costinha sobre o convite que a RTP lhe dirigiu para fazer os comentários nesta prova futebolística.
Francisco José Rodrigues da Costa é o verdadeiro nome de Costinha que deu os primeiros passos para o mundo do futebol no Clube Oriental de Lisboa. Aos 20 anos foi jogar para o Mónaco. Foi um dos jogadores da selecção portuguesa presentes no Euro 2000 disputado na Bélgica e na Holanda, no qual Portugal conquistou um excelente terceiro lugar, tendo marcado um golo decisivo no último minuto à Roménia no segundo jogo da fase de grupos.
“Temos um bom treinador e temos uma equipa repleta de bons jogadores. Jogadores jovens com muito talento e qualidade. E depois há outros jogadores mais experientes que espero que estejam no seu melhor, como é o caso do Pepe, Ricardo Carvalho, João Moutinho ou o próprio Cristiano e que possam elevar o estatuto a esta formação que têm uma grande margem de progressão. Vão dar tudo aquilo que têm em campo. Tenho uma esperança enorme que Portugal possa fazer um grande campeonato da Europa“, diz.
Em 2001 regressou ao futebol português, onde finalmente se estreou na Primeira Liga. Costinha foi contratado pelo Futebol Clube do Porto, na altura treinado por Octávio Machado. O seu melhor momento pelo Porto terá sido quando marcou contra, e eliminou, o Manchester United nos Quartos-de-Final da Liga dos Campeões da época de 2003/04, mais uma vez nos últimos minutos. O Porto chegou a final e ganhou a competição. Costinha jogou por Portugal no EURO 2004.
“Vim trazer um pouco daquilo que é esta prova. É uma prova dura. Tive a felicidade de fazer parte de dois grupos, em 2000 e em 2004. Foi muito importante para mim porque eu era um jovem desconhecido que estava a jogar em França. Não era muito conhecido no futebol português e estas provas são importantes para dar as pessoas a conhecer. Por vezes os jogadores tendem a fazer o seu melhor. Às vezes não é possível. Não é porque os jogadores não queiram fazer o melhor pelo seu país. É estudar cada uma das equipas que vamos defrontar e estar disponível para que as pessoas possam acompanhar esta prova“, fala Costinha sobre o trabalho que vai realizar, a partir de Junho, nas noites da RTP.
Jogou no Dínamo de Moscovo e chegou a ser director desportivo no Sporting. Em Fevereiro de 2013, Costinha assinou um contrato válido até ao final da época 2012/2013 com o clube Beira-Mar, para assumir as funções de técnico principal. Assinou um contrato de treinador principal pelo Paços de Ferreira para a época 2013-2014. Em 2016 vai acompanhar a equipa de Fernando Santos no papel de comentador.
“Penso que vai ser fantástico. Tive a felicidade de ter jogado no Mónaco. Também joguei em Espanha, na Itália e na Rússia e é fantástico sabermos a importância que a selecção nacional tem para os emigrantes. Os emigrantes vêm na selecção nacional aquele elo de ligação com o seu país natal. Muitos deles vão para trabalhos muito duros, têm um dia-a-dia difícil para poderem singrar quer na sua vida profissional como para poderem alimentar as suas famílias. Muitos deles são olhados de uma forma não muito digna por parte das nações que os acolhem. Os jogos da selecção são o momento onde eles sentem orgulho e podem triunfar sobre aqueles que, por vezes, gozam um pouco com eles e os fazem sentir mal durante o ano. Estando a selecção forte e conseguindo vitórias importantes, quem sabe, possam vir a conquistar este europeu. Se conseguirem, vai ser uma vitória muito importante para os emigrantes que vão apoiar Portugal“, diz Costinha sobre a importância da equipa nacional para os emigrantes portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo.
O Campeonato da Europa de 2016 acontece em França, de 10 de Junho a 10 de Julho.