D’Avenida: “Em pouco tempo iremos conseguir atingir os valores de facturação muito próximos aos anteriores”

Esta semana ficou marcada pela reabertura dos restaurantes ao público, embora com muitas limitações impostas devido ao risco de contágio.

O D’Avenida, localizado no Porto, manteve-se em funcionamento durante todo o período de confinamento através do regime delivery, tendo esta semana reaberto ao público com limitação de lugares (tal como imposto pelo governo).

Diogo Maciel, gerente do restaurante D’Avenida, conversou com o Infocul.pt para uma breve análise desta primeira semana de funcionamento (reabriram no dia 19 de Maio).

Diogo começou por nos revelar que “no dia 19, o dia em que reabrimos, contamos com um total de 10 pessoas no nosso espaço, na hora de jantar. Além dessas, ainda tivemos alguns pedidos em regime delivery”.

Explicou que “o serviço de delivery foi implementado para colmatar a ausência de facturação e para que o D’Avenida mantivesse a sua relação com os nossos clientes”, acrescentando que nesta primeira semana, o número de pessoas no espaço em “média manteve-se nesse número, sempre na hora de jantar. Mantiveram-se os pedidos de delivery, quer ao quer ao jantar, entre os 6 e os 10 diários”.

Perante estes números, explicou-nos ainda que “para o espaço D’Avenida torna-se um pouco difícil dizer com exactidão o valor da quebra”.

Isto porque “estivemos encerrados cerca de três semanas sendo que não estivemos parados. Aproveitamos para repensar futuro do Restaurante de forma a estudar soluções e medidas a adotar. Uma vez que o nosso espaço estava obrigatoriamente fechado e impedido de receber clientes, então, durante o confinamento obrigatório iniciamos o serviço de delivery e take away com o intuito de manter a ligação com os nossos clientes e até conquistar novos. Ao mesmo tempo, estivemos a preparar-nos para que quando fosse possível receber clientes o fizéssemos da melhor forma possível. Creio que durante o confinamento obrigatório a nossa quebra andará à volta dos 70% do volume facturação”.

Acrescentou que “só estávamos a trabalhar com serviço de takeaway e de entregas e neste tipo de serviços o que mais se sente falta é mesmo a venda de bebidas vinhos, cocktails etc, o que para nós significa uma quebra muito grande na facturação final”.

Contudo, há também boas notícias, pois “começamos a ter procura no horário de almoço (o D’Avenida só servia jantar) e estamos agora a tentar perceber se esta vontade vai continuar com o restaurante aberto”.

Relembrou-nos ainda que “nos dias em que os portugueses se encontravam em confinamento obrigatório e o espaço se encontrava fechado servíamos cerca de 6 a 10 refeições por dia sendo que temos um serviço de entrega próprio com o objectivo de garantir a qualidade da entrega do nosso produto e dessa forma termos um serviço um pouco mais personalizado. Foi, de facto, a única forma que encontramos para nos mantermos ativos, gerar um pouco de facturação e também perdermos o espaço que estávamos a conquistar na vida noturna do Porto uma vez que somos muito recentes … queríamos de alguma forma continuar a divulgar o espaço e tentar captar novos clientes”.

Com a implementação das novas regras e a limitação do espaço para clientes, “o espaço D’Avenida como quem nos visita sabe e como se pode ver em fotografias através das nossas redes sociais contempla uma área de bar dedicada ao serviço de bebidas e cocktails e outro espaço dedicado ao serviço de restaurante, ambos se complementam. No nosso bar a lotação abrangia um grande número de pessoas e a zona de jantar com uma lotação máxima de 52 lugares sentados. No momento, de forma a cumprir as normas de distanciamento para garantir a segurança dos nossos clientes e também dos colaboradores ocupamos a zona de bar com mesas em que as pessoas também possam desfrutar de uma refeição. Estamos com uma lotação máxima de 40 lugares sendo que desses 40 só iremos ocupar no máximo 26 lugares, metade da nossa lotação inicial, o permitido por lei”.

Quando questionado sobre a percentagem de receita que era perdida com estas novas medidas,

disse-nos que “esta pergunta não é de fácil resposta uma vez que nos remete para questões futuras que não dependerão apenas de nós. Primeiramente temos de perceber qual a receptividade dos portugueses em voltar a frequentar os restaurantes. Até que ponto se sentem seguros em frequentar espaços destinados à restauração, nomeadamente o D’Avenida. Estamos a conseguir implementar todas as medidas que nos são impostas para a segurança do cliente e para a própria segurança dos nossos colaboradores, sobretudo o que mais nos importa neste momento é que o cliente venha ao nosso espaço e se sinta realmente seguro, confortável e que não esteja com qualquer tipo de receio em frequentar o nosso restaurante. Uma vez que o turismo no Porto também está parado devido a esta situação mundial, as nossas receitas dependerão novamente dos portugueses – que era o nosso público alvo! Creio que a receita vai baixar, sim, numa fase inicial, mas após as pessoas perceberem que estão completamente à vontade e em segurança no D’Avenida o passa palavra dos nossos clientes será muito importante para nós. Quem ainda não visitou vai entender que o pode fazer de uma forma muito tranquila e segura. Acredito que em pouco tempo iremos conseguir atingir os valores de facturação muito próximos aos anteriores”.

E houve até aumento na equipa, como nos explica Diogo Maciel: “A equipa do D’Avenida não só se manteve como houve necessidade de contratação de um novo elemento. A contratação foi feita antes da pandemia e manteve-se porque acreditamos que a pouco e pouco voltaremos a normalidade. Toda a gente se manteve na empresa embora ainda existiam alguns colaboradores em regime de lay-off”.

As maiores preocupações por parte dos clientes “são se o espaço está a cumprir com a devida higienização e se cumpre com todas as normas impostas pela DGS e pela AHRESP. Por esse motivo estamos a ter o máximo cuidado com o cliente desde o momento da sua entrada ao momento da saída como pode ser verificado por quem já nos visitou. Estou convicto que apenas as pessoas que estão mais familiarizadas com esta pandemia e com as medidas de segurança a adoptar serão apenas essas que nos visitarão a nós e a outros espaços de restauração”.

Já quando questionado sobre quanto tempo será possível manter o negócio com todas estas restrições, começou por constatar que “mantermo-nos com estas medidas no longo período de tempo não será uma tarefa difícil para o D’Avenida”.

Explicou que “a higienização, desinfecção de todas as áreas sempre foi uma obrigação no espaço do D’Avenida. Talheres, copos e outros utensílios sempre foram e continuarão a ser higienizados com o máximo rigor porque não será apenas o covid a única doença transmissível, por isso, sempre foi uma responsabilidade assegurar a segurança do cliente. O mesmo acontece na cozinha, sempre houve extremo cuidado na confecção dos alimentos, na higienização das bancadas tudo aquilo que o nosso brio profissional e a que o HACCP nos obriga, portanto, para nós manter essas medidas será extremamente fácil”.

A nossa maior dificuldade prende-se com a obrigatoriedade do uso de mascaras por parte dos colaboradores, uma vez que se torna ligeiramente desconfortável trabalhar com ela e o distanciamento das mesas devido ao distanciamento social obrigatório, uma vez que não nos permite ocupar os lugares que desejamos mas talvez a falta de lugares como já disse anteriormente possa ser compensada com os outros serviços que oferecemos, portanto, acredito que seja possível trabalhar desta forma por um longo período de tempo”, rematou.


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