Como já aqui demos conta, Vila Franca de Xira apresentou, ontem, a sua nova imagem institucional . Após a apresentação que decorreu nos Paços do concelho, o presidente da autarquia, Alberto Mesquista, concedeu entrevista ao Infocul na qual abordou o novo logótipo, os destaques culturais e turísticos do concelho e ainda os projectos para os espaços da antiga marinha e do Vila Franca Centro.
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A Nova Imagem
Com esta nova imagem, Alberto Mesquita revela que “vai mudar e muito, no sentido em que nós não tínhamos um logótipo, uma marca identitária, para que no nosso plano de comunicação ele estivesse sempre presente. Nós, quase desde sempre, usávamos o brasão da Câmara Municipal. Ora, o brasão da Câmara Municipal deve ser usado em momentos solenes, em momentos de outro tipo que não na comunicação promocional da própria câmara e do próprio município”, destacando que “ creio que encontrámos uma solução muito interessante, que é aquela que acabámos de verificar, que vem de encontro aquilo que temos vindo a fazer que é promover o nosso concelho”, até porque “quando este logótipo aparecer já se sabe que é a ponte de Vila Franca, o território do município com cinco eixos, todos bem identificados, e sobretudo a ligação territorial entre as várias freguesias do nosso concelho”, destacando o slogan, “estas ligações fortes são exactamente isso”, afirmando por isso que “acho que os nossos designers foram muito felizes no trabalho que fizeram, porque isto foi um trabalho feito internamente pelos serviços da câmara municipal”.
A imagem do novo logótipo tem a ponte em destaque. Sobre uma das principais imagens de Vila Franca de Xira, diz que “a conservação da estrutura ponte, ela está bem. Foi vistoriada relativamente pouco tempo. Aquilo que nós temos vindo a exigir às Infraestruturas de Portugal é que façam aquilo que disseram que iam fazer e ainda não fizeram. Tem passado de ano para ano, que são as questões de iluminação da própria ponte, que tem muitas iluminárias apagadas, não diria todas mas grande parte, o que faz com que o atravessamento na ponte seja feito com menos segurança”, revelando que “já dissemos às Infraestruturas de Portugal que no futuro não nos importamos ficar com a responsabilidade da manutenção da iluminação da ponte mas antes eles têm de fazer um trabalho de reabilitação e manutenção e depois sim poderemos fazer um protocolo e nós assumirmos esse trabalho”. Destacou ainda, historicamente, que “a nossa ponte é desde sempre um ex-libris de Vila Franca de Xira e portanto creio que foi bem encontrada esta analogia deste atravessamento, desta ligação entre territórios, entre o campo e a cidade”.
Cultura e Turismo- O Trabalho conjunto na promoção do concelho.
Vila Franca de Xira tem forte identidade tauromáquica, destaque para o Colete Encarnado e Feira de Outubro, e Alberto Mesquista destaca-as e valoriza-as até porque “nessas duas grandes manifestações culturais, Colete Encarnado e Feira de Outubro, são algumas centenas de milhar de pessoas que cá veem”, mas acrescenta ainda outras propostas para quem visita o concelho, pois “nós durante essa altura, e todo o ano, temos muitas exposições quer no Museu Municipal quer na nossa Biblioteca Fábrica das Palavras, quer no Museu Neo-Realismo. Temos muitos motivos de interesse e que as pessoas veem”, sinal de que “o trabalho cultural que temos vindo a fazer é cada vez mais apreciado”, nas “áreas expositiva, musical e várias vertentes”.
Explicou que “o que nós temos vindo a fazer, nesta ideia de ligações fortes, é a descentralização da actividade cultural, de norte a sul o concelho, e por isso todo o ano temos muitas iniciativas em vários pontos. Inclusivamente temos os concertos de verão que foram um sucesso o ano passado, com muitos milhares de pessoas a assistir” e, também, por isso “a questão do turismo é transversal, é na área da cultura, do desporto, na área do próprio património natural e museológico, e portanto temos vindo a fazer esse trabalho no sentido de atrair pessoas”.
Na área do turismo, “confesso que acho que temos um turismo muito diferenciador que também começa a ser muito procurado”, dando como exemplo “EVOA para observação das aves, temos aqui uma série de motivos de interesse que através deste logótipo, este logótipo pode ser uma alavanca fortíssima, para cada vez mais as pessoas se interessarem” e ainda realçando que “apostámos no vinho. Tínhamos um vinho mas a qualidade era relativa, agora é de qualidade. Aqui e acolá já se fala no vinho Encostas de Xira, o vinho da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, são tudo factores em que temos vindo a apostar e eu creio que estas coisas não se fazem num só dia, fazem-se de persistência, de tempo e os resultados hão-de aparecer conforme nós planeámos”.
Página de Facebook a caminho…
“Este ano talvez Março/Abril temos já a página de Facebook a funcionar. Temos vindo a falar, queríamos perceber como é que isto ia funcionar e portanto de uma forma consistente já estamos em condições de avançar com esse processo porque hoje em dia é o que é, para o bem e para o mal. Nesta caso para o bem, porque o mal nós passamos ao lado”, disse-nos quando o questionámos para quando uma página oficial do município na rede social, até pela semelhança do design da letra ‘F’ da nova imagem do município com o conhecido logótipo da rede social criada por Mark Zuckerberg.
Espaço da Antiga Marinha e Vila Franca Centro
Dois dos espaços que merecem destaque em Vila Franca de Xira, pelo que deles se fará, são a antiga marinha (na Quinta das Torres, em frente ao Bairro do Paraíso) e o Vila Franca Centro (que teve a primeira sala IMAX do país).
Sobre o espaço da antiga marinha referiu que “Porque é que a câmara adquiriu a Armada? Porque efectivamente Vila Franca precisa de ter espaço para se desenvolver, porque como sabe estamos num município que é um espaço canal para Lisboa”, sendo que o objectivo é “desenvolver a cidade para aquela zona. Estamos a desenvolver e a trabalhar no projecto para o novo tribunal de Vila Franca de Xira com várias valências, embora este palácio de justiça manter-se-á com alguma valência, mas sobretudo o comércio que tem aqui grande expressão irá para lá para a construção de um novo tribunal que será a matriz e alavanca para tudo o mais que pretendemos desenvolver. Fizemos uma alteração, que está em discussão pública, do PDM , para permitir ali, também, alguma habitação. Porque entendemos que um território sem habitação, principalmente em algumas horas do dia, é um território sem animação e talvez até inseguro. portanto além do que pretendemos para ali na área do desporto, social e do ensino superior, quando tivermos esta questão do PDM resolvida vamos avançar com a questão do loteamento que estamos a desenvolver e e portanto é necessária paciência porque para todo o trabalho naquela área estar construído estamos a falar de 10 ou mais anos. Portanto não é um trabalho de um mandato mas de várias mandatos e quem cá estiver em cada momento tem o trabalho feito e é responsabilidade nossa, agora, perspectivar o futuro e a visão de futuro é ali naquela zona”.
Já quanto ao Vila Franca Centro diz que “foi uma situação que não pegou, que estava ancorada numa questão que era o cinema IMAX, que ao fim e ao cabo em muitos locais da Europa, e inclusive agora houve uma experiência em Lisboa, não me parece que tenha tido grande sucesso, e portanto tudo aquilo foi assente nessa ideia de que vinha muita gente para aqui, e não sei quê. Aquilo não resultou, depois por várias razões, provavelmente o Vila Franca Centro tinha uma dimensão que era excessivo para o número de lojas que tinha e algumas depois foram fechando, fechando, fechando até que resultou no fecho definitivo” e portanto, actualmente, “temos vindo a trabalhar com algumas empresas no sentido de se estabelecerem lá. Porque um equipamento como este tem que tem associado uma boa marca de referência em termos de loja de supermercado. O supermercado que lá existia saiu e foi a partir daí que começou a vir decadência do Vila Franca Centro. Há quem esteja interessado. Nós, Câmara Municipal, estamos interessados na aquisição do estacionamento, estamos em negociações para adquirir o estacionamento para permitir que as pessoas, que se queixam e com razão, de haver falta de estacionamento” e dessa forma “permitir estacionamento para muitos lugares”.
Entrevista e texto: Rui Lavrador
Fotografias: Arlindo Homem