O Grande Auditório do Centro Cultural de Belém recebeu, ontem, a celebração dos 30 anos da produtora UAU, com um espectáculo da soprano Natalie Choquette.
Para quem acha que a ópera é algo aborrecido, ontem foi um excelente dia (noite, neste caso) para abdicar desta ideia. A responsabilidade foi da soprano Natalie Choquette.
A canadiana interpretou vários clássicos, acompanhada pelo pianista Scott Bradford, trocando inúmeros vezes de roupa, de estilo, de comportamento e em plena interacção com o público.
Coube ao actor Jorge Mourato ir apresentando as ‘peculiares’ personagens que Choquette ia interpretando, todas elas divas vindas de vários países, num ritmo divertido mas em que destacou-se a qualidade interpretativa de Natalie.
Por entre vários clássicos, destaque para o instrumental de ‘Casa Portuguesa’ e para a interpretação de Natalie em ‘Nem às paredes confesso’, muito aplaudida pelo público presente no CCB.
Por vezes, e em Portugal com regularidade, criamos preconceitos com algumas áreas culturais. Ou porque não gostamos, ou porque nos dizem que não é bom ou porque apenas fica bem dizê-lo.
Contudo, e seguindo velha máxima de São Tomé- ‘Ver para crer’, assistir e usufruir é sempre o melhor barómetro para uma análise factual e não apenas superficial de algo.
O que se assistiu ontem no CCB não é um espectáculo comercial, nem tão pouco a mais tradicional ópera. É algo que podemos assemelhar a uma introdução à ópera para quem não é melómano. E é assim, que se educa um povo.
Uma forma divertida de abordar a ópera, sem a desvirtuar, e uma actuação fisíca e vocal louvável por parte de Natalie Choquette, bem secundada pelo seu pianista.
A UAU celebra, hoje, os seus 30 anos. Parabéns, por arriscar!