A Praça de Touros do Campo Pequeno abriu portas para a penúltima corrida de touros da sua temporada e celebração dos 70 anos da ganadaria Vinhas. Os exemplares desta ganadaria deram jogo desigual, mas todos apresentaram trapio e um peso médio de 602kg.

Foi igualmente homenageado o Grupo de Forcados Amadores do Barrete Verde, pelos seus 55 anos de existência.

A praça lisboeta contou com 2/3 da lotação permitida, com um público pouco interventivo, excepto, quando pediu a merecida volta para o quarto touro.

António Ribeiro Telles abriu a noite, frente ao touro de melhor apresentação. Desenhou uma lide em crescendo no seu primeiro, mas foi ao quarto touro da corrida que vimos o casamento perfeito. O maestro António Ribeiro Telles soube retirar deste quarto touro a qualidade e bravura que a ganadaria Vinhas tem como sinónimo, através de bonitas sortes frontais, com a qualidade que o público português sabe reconhecer. Esta actuação foi o momento alto da noite, sem margem para dúvidas, pela qualidade do touro, da lide e a pega.

Francisco Palha oscilou de qualidade em algumas sortes, mas quando as fez bem, fez muito bem. Sem dúvida que o cavaleiro se destaca pela sua vontade de triunfar e entrega. Teve a primeira atuação mais morna do que a segunda, mas em crescendo. Destacou-se com dois bons curtos, marcados aos pitón contrário. Ao quinto touro da noite, recebeu-o à porta gaiola e teve uma actuação cheia de poder nos compridos. Nos curtos optou por sortes frontais a curta distância, com elegância e vontade.

A noite foi dura para os forcados. Pelos Forcados Amadores do Barrete Verde, Diogo Amaro lesionou-se e teve de recolher de maca para a enfermaria no primeiro touro sendo dobrado por Bruno Amaro que consumou à primeira tentativa. João Amâncio fez a pega da noite, com volta e chamada aos médios, a consumar na primeira tentativa.

O grupo de Forcados de Alter teve o infortúnio de apenas conseguir ao quarto intento ambas as pegas. Os forcados de cara por este grupo foram Filipe Ribeiro e após João Galhofas ter sido dobrado por Filipe Lucas, João Moreno consumou a pega ao quinto touro.

António João Ferreira não teve sorte com o lote mas mostrou no seu regresso as qualidades técnicas que lhe conhecemos. Toureou de pés quietos, com elegância e a colocar-se “en su sitio”. O matador apresenta um profundo sentido estético do toureio, estivessem os touros à altura das suas qualidades. O bandarilheiro João Ferreira saudou de ‘montera en la mano’, após os excelentes pares de bandarilhas cravados, recebendo o aplauso do público.

Lisboa foi palco de uma corrida, onde, de todos nos foi possível ver bons detalhes, mas com o triunfo inequívoco de António Ribeiro Telles ao quarto Vinhas da noite.

Texto: Sónia Batista
Fotografia: Rute Nunes e Carlos Pedroso

Sónia Batista

Sónia Batista iniciou a sua formação na escrita taurina na revista luso-espanhola Ruedo Ibérico em 2004 e desde aí procurou formação na área, em Portugal e Espanha. Ao longo dos anos colaborou com quase toda a imprensa taurina nacional e tem-se especializado na imprensa taurina internacional. Iniciou o seu percurso internacional no burladero.com em 2010, passando por vários órgãos de imprensa espanhóis até chegar em 2013 à prestigiada revista 6TOROS6, a qual considera a maior escola da escrita taurina.

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