Capitão Fausto e a Orquestra das Beiras levaram a festa ao Campo Pequeno

Naquela noite escura e fria, a cidade de Lisboa ganhou mais cor com o espectáculo dos Capitão Fausto. Acompanhados pela Orquestra das Beiras, a noite de 7 de Março ficou marcada por uma mixórdia de sonoridades. Apesar de terem havidos fãs reticentes, nenhum saiu do Campo Pequeno desiludido. Conclusão: esta sinergia deu resultado, até para ao mais desconfiados.

Conhecida pelos seus projectos inéditos num contexto orquestral, a Orquestra das Beiras foi uma óptima escolha para se juntar àquela noite única. A adição desta, que contou com a participação de 43 músicos, deu um novo brilho às canções da banda. O maestro Martim Sousa Tavares, amigo de longa data dos membros da banda, teve um importante papel para o desenrolar desta noite, sendo que esteve encarregue dos arranjos e da direção artística do espectáculo. Foi este que permitiu aquela sinergia, sendo que tornou os estilos musicais em bitolas da mesma grossura, que se entrançaram num nó perfeito.

Apesar de o recinto não ter esgotado, muitos fãs fiéis apareceram naquele espectáculo único, no qual cantaram músicas sobre o amor e dilemas da vida humana em uníssono.

Muitos foram os assobios do público quando a banda não apareceu em palco em tempo prometido, mas cinco minutos depois da hora marcada, ouvia-se a Orquestra em uníssono, numa sinfonia cativante. Nesta, começou-se a ouvir sons de instrumentos como maracas e reco-reco, o que não é costume para uma orquestra. Os mais atentos repararam em cinco figuras no canto direito mais distante do palco, que mais tarde foram reveladas ao público por uma luz traiçoeira. Tomás Wellenstein, Domingos Coimbra, Manuel Palha, Salvador Seabra e Francisco Ferreira dirigiram-se aos seus postos e deram início ao espectáculo com Lentamente.

Cada membro trajara um fato de cor diferente. Não só era a cor divergente entre todos, mas era também o comportamento de cada um durante o espectáculo.

Em um fato azul-água, cor da serenidade e tranquilidade, nota-se logo em frente do palco Tomás, que muito se sentou no palco entre canções, e encantou o público com os seus dotes vocais. À sua esquerda estava Domingos Coimbra, num fato púrpura, símbolo de luxúria; e aquilo que o baixo produzia, o corpo de Domingos interpretava com entusiasmo. Atrás de si estava Salvador Seabra, trajado de branco, representando a paz. Mas não se iluda: quando lhe dão tempo para brilhar, paz é a única coisa que a bateria não sente. Num fato camel à direita estava Manuel Palha, e à sua frente estava Francisco Ferreira, num fato simples preto. Apesar de serem cores que não dão tanto nas vistas, tocaram todos os temas apaixonadamente.

Este evento foi um marco na vida dos Capitão Fausto, pela sua qualidade e diversidade, graças à inclusão da fantástica performance da Orquestra das Beiras. Também por já terem quase mais de uma década de vida em banda, e se estar perto da data de um ano da edição do último projeto “A Invenção do Dia Claro”, a banda fez uma festa adiantada, revivendo o passado, em convivência com os seus fãs.

 

Confira o alinhamento :

“Lentamente”

“Faço as Vontades”

“Corazón”

“Sempre Bem”

“Semana a Semana”

“Os Dias Contados”

“Maneiras Más”

“Certeza”

“Amor, A Nossa Vida”

“Outro Lado”

“Lameira”

“Amanhã Tou Melhor”

“Morro na Praia”

“Santa Ana”

“Boa Memória “

“Tem Que Ser”

“Célebre Batalha de Formariz”

“Teresa”

“Verdade”

“Alvalade Chama Por Mim”

“Final”

Mariana Nave

Em Fevereiro de 2019, começou a trabalhar com o projecto Infocul.pt, sendo este também o primeiro projecto com que colabora. Apesar de ainda não ter um longo percurso, continua a trabalhar sempre com o objectivo de melhorar as suas capacidades no ramo da comunicação social.

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