De 15 a 17 de Março, Évora acolhe o Évora Jazz Festival contando com uma programação eclética e na qual destacam-se o Quarteto Ricardo Toscano, Victor Zamora Trio ou Veia.
O Infocul entrevistou Sara Cruz, responsável pelo festival, que nos falou sobre a programação, o orçamento, o cartaz, os desafios e ainda sobre o que Évora tem para oferecer a quem vá ao festival. Neste certame há espaço para a pintura, a fotografia, a formação e a música, entre outras artes.
O Évora Jazz Fest vai para a sua segunda edição. A apresentação é muito mais do que concertos. Quais as grandes diferenças para a edição de 2018?
Em 2018 a programação do Évora Jazz Fest já foi muito mais do que concertos. Este ano para além dos concertos na sala principal do Teatro Garcia de Resende resolvemos dar espaço a “after hours”, proporcionando mais concertos num ambiente mais descontraído, onde será possível dançar, e teremos o apoio da Cafeteria do Teatro. Para além disso abrimos portas aos alunos, oferendo-lhes condições para aproveitarem o festival na sua totalidade, participando em workshops dinamizados pela Universidade de Évora durante as manhãs e apresentando o trabalho dos seus Combos à tarde, assistindo aos concertos e aproveitando a Jam Session de domingo.
Quais foram os grandes desafios na composição o cartaz deste ano?
À semelhança da primeira edição procuramos que a programação, dentro do jazz, tenha um percurso o mais diversificado possível e com a qualidade a que Évora está já habituada em termos de programação cultural. O desafio é sempre baseado nesta diversidade, tanto a nível musical como nas outras vertentes artísticas que podem estar ligadas ao Jazz.
Em termos de cartaz quais os grandes destaques?
É muito difícil falar em destaques, quando passamos por “jazzes” tão distintos e por músicos tão virtuosos. Podemos e devemos, obviamente, falar do Quarteto do Ricardo Toscano, pelo estatuto que já tem a nível nacional e internacional; o Victor Zamora, acompanhado por dois músicos “gigantes”, que nos oferece os seus acordes inconfundíveis pelas suas raízes latinas; e Sumrrá, que é um belíssimo espectáculo musical, com alternativas únicas tanto sonoras como visuais.
O que é que o público não pode mesmo perder deste cartaz?
Os três dias são muitos distintos, não consigo optar por um! Penso que esta questão terá a ver com gostos pessoais… tendo mesmo de optar, penso que devem aceder ao site e ouvir e ver toda a informação.
Qual o orçamento para erguer este festival e quais os apoios com que conta?
Este festival é organizado pela Câmara Municipal de Évora, e este ano conseguimos um apoio importante do 365 Alentejo/Ribatejo para a comunicação do evento. A Euphonia faz a produção, e a direcção artística em conjunto com a CME, sendo o orçamento calculado sempre com a preocupação de que este seja um festival distinto, com qualidade, dando sempre o máximo de condições a toda a equipa, aos músicos, aos alunos e ao público para que se sintam uma parte integrante e de construção do universo jazzístico em geral. Para além dos apoios financeiros, tenho de referir a grande importância de outros parceiros no projecto, a Universidade de Évora, a OFA, a Antena 1 e a Antena 2, e todos os media que têm ajudado na divulgação.
Ricardo Toscano é dos nomes mais badalados do jazz nacional. Qual a importância de o ter no cartaz?
O Ricardo Toscano é um músico que temos visto crescer, e que tem connosco uma relação que nos permite de certa forma ter muito orgulho no espaço que conquistou com muito trabalho e mérito próprio. É importante para o Évora Jazz Fest por isso mesmo, ajuda também a dar prestígio ao festival, e para além disso ainda não tinha estado em Évora a apresentar o seu novo trabalho em nome próprio.
O projecto Veia o que trará a Évora?
Veia trará a Évora jazz no feminino. Um conjunto de canções marcantes interpretadas pela voz inconfundível de Elisa Rodrigues, e pelos acordes harmoniosos de Isabel Rato.
Victor Zamora Trio terá algo especifico apenas para este festival?
O trio do Victor Zamora trará ao público deste festival a estreia de alguns temas próprios, que sairão no seu próximo disco.
Um festival fora dos dois grandes pólos continua a ser um desafio em termos de produção, comunicação, apoios, etc?
Sim, claro que sim, é um grande desafio. No entanto existem facilidades que penso não existirem nos grandes pólos, especialmente a nível logístico: existem camas, não existe trânsito, as distâncias são pequenas, come-se bem em “qualquer esquina” e respira-se melhor!
Além do Jazz, tendo em conta que o festival dura três dias, é uma oportunidade para o público conhecer o património edificado e a gastronomia Alentejana?
Claro que sim, qualquer ida a Évora deve ser uma oportunidade para desfrutar das suas raízes, do seu movimento cultural que é enorme e contínuo durante o ano, do seu património, e da gastronomia alentejana que nos enche a alma sempre.
Qual a mensagem que deixa aos leitores do Infocul?
Experimentem sair de casa e venham, vão com certeza voltar mais vezes a Évora e às próximas edições deste festival.