Javier Conde abre Festival de Flamenco de Lisboa e aborda o espectáculo em entrevista ao Infocul

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O Festival de Flamenco de Lisboa regressa já no próximo dia 26 de Outubro com Javier Conde. O Infocul entrevistou o artista perspectivando o espectáculo no Teatro da Trindade pelas 21:30.

 

 

Conhecido como “miúdo revelação” da guitarra flamenca, é reconhecido pelo seu respeito pelos mestres e pelo seu próprio “compás” flamenco e adivinha-se que venha a ser um dos grandes pilares da guitarra e do flamenco da Extremadura no mundo. No espectáculo que apresenta em Lisboa “El flamenco y su vibrante mundo” serão interpretados alguns dos estilos mais representativos do flamenco.

 

 

Um concerto que está inserido na Experimenta Extremadura, um projecto bianual, que pretende despertar o interesse e conhecimento da Extremadura em Portugal, com a realização de diversas iniciativas à qual o Festival Flamenco de Lisboa se associou.

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O que podemos esperar do espectáculo que trará a Lisboa?

 

É um concerto que combina as três facetas da Arte Flamenca como são a guitarra flamenca, o cante e o baile. Quero mostrara a guitarra flamenca mas também um pouco do cante e do baile com o qual faço um espectáculo completo e creio que único actualmente.

 

 

Quando começou esta paixão pelo Flamenco? 

 

Bem, eu comecei muito novo, com seis anos actuei para algumas tv locais e posteriormente com oito anos foi a minha apresentação em que partilhei palco com os maestros a guitarra e do baile flamenco como são Manolo Sanlúcar e Manolete, e creio que foi o momento em que comecei a valorizar e a descobrir o que realmente gostava e que queria dedicar-me.

 

 

Quais são as suas grandes referências no Flamenco? 

 

No inicio foram os meus pais que me começaram a ensinar e a mostrar gravações de grandes mestres como Ramón Montoya, Sabicas, Mario Escudero, Niño Ricardo, Pepe Martinez, Andres Batista (mestre para Eu aprecio e admiro), Manolo Sanlúcar, Serranito e clara Paco de Lucia, mas também ouvi e estudei outros como Gerardo, Niño Miguel, Riqueni, Maolo Franco, Tomatito, Niño de Pura, além de magníficos companheiros do cante como Parrilla de Jerez, Juan Marote, Juan y Pepe Habichuelas, Manuel Morao, Moraito e muitos mais.

 

 

Quem estará em palco consigo no espectáculo em Lisboa? 

 

Bem além do meu pai que é o segundo guitarra e que me acompanha nos duetos, estará Pakillo “El Levita”, cantador natural de Jaen, de quem aprecio o seu estilo e o seu timbre. Na parte de baile estarão em palco Zaira Santos, bailadora de raça, que estudou e formou-se na Academia Cristina Heren em Sevilha, tendo no passado integrado o elenco de baile de Cristina Hoyos e de Jesús Ortega. Evidentemente que na dança de Zaira Santos aprecia-se o estilo valente do último artista atrás mencionado.

 

 

Em termos de repertório, o que podemos esperar? 

 

O repertório ser´100% de flamenco tradicional, as cadências e estilos do flamenco tanto na guitarra como no cante e no baile. Quando todas as pessoas tentam incorporar musica de destintos géneros flamencos (algo que muito respeito), eu tento aprofundar mais as raízes, que creio é onde está a sabedoria, a fonte e a força expressiva que esta Arte tem. 

 

 

O que conhece da cultura musical portuguesa? 

 

A musica que conheço e que mais escutei é o fado, tive oportunidade de actuar com Dulce Pontes e conhecia um dos grandes da guitarra portuguesa que é o Carlos Gonçalves, acompanhante da inolvidável Amália Rodrigues. Também conheço alguns ciganos portugueses que têm um estilo muito pessoal de cantar sobretudo rumbas.

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O Festival é organizado pela  Flamenco Atlântico, associação cultural sem fins lucrativos


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