Coube a Jorge Fernando abrir as actuações do segundo dia de Santa Casa Alfama, com um espectáculo no rooftop do Terminal de Cruzeiros de Lisboa.
Um espectáculo de final de tarde, com forte adesão de público e com Jorge Fernando a mostrar as qualidades que fazem dele um caso ímpar na música portuguesa, com carreira extraordinária de 40 anos.
Foi acompanhado por Custódio Castelo, a quem coube um belíssimo instrumental de abertura, que iniciou o espectáculo e a primeira interpretação teve como tema o extraordinário ‘Colo de Mãe’, com um poema lindíssimo.
Assumiu que “acordei muito nervoso, quase sem voz” e que disse para si mesmo “vou dar a minha alma que é o que tenho”.
Mas Jorge Fernando esteve com a voz a bom nível e foi inteligente com a escolha de repertório, apostando inicialmente em temas já conhecidos do público, passando depois pelo fado tradicional e culminando novamente em temas conhecidos. Extraordinário ao nível da densidade emocional que foi desenhando ao longo do espectáculo, perito em falar com muita proximidade ao coração de quem o ouve e, não menos importante, acompanhado por músicos de inequívoca qualidade: Ivo Martins, Filipe Larsen, Custódio Castelo, Davide Zaccaria, António Barbosa.
Do alinhamento constaram temas como ‘De mim para mim’, “Mar Cruel’, ‘Valsa dos Amantes’, ‘Chegou a Hora’, ‘Trigueirinha’, ‘Pode ser saudade’, ‘A Chuva’ ou ‘Quem vai ao Fado’, entre outros.
Destaque para a presença da Ministra da Cultura, Graça Fonseca, neste espectáculo merecendo menção do cantor e aplauso do público.
Jorge Fernando tem importância extrema para o fado, e para a música portuguesa, e continua a provar que é dos talentos mais geniais que este país tem a sorte de ter.
Texto: Rui Lavrador
Fotografias: João de Sousa