Luís de Matos: “A magia é uma linguagem transversal que atravessa idades, culturas, geografias, gostos e sensibilidades”

Luís de Matos e os seus convidados farão o “Impossível” de 12 de Dezembro a 1 de Janeiro, no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa. Mas antes, o mágico português concedeu uma entrevista ao Infocul na qual perspectiva mais um espectáculo que por certo marcará um percurso absolutamente brilhante.

Em palco e ao lado do mágico português estarão Joana Almeida, bailarina, assistente e única confidente de todos os truques, os Momentum Crew, campeões mundiais de break-dance, Yu Hojin, o sul coreano que se está a tornar um símbolo nacional e cujo percurso é marcado pelos títulos de campeão do mundo na modalidade de manipulação no FISM World Championships of Magic e Mágico do Ano, atribuído pela Academia de Artes Mágicas de Hollywood, Aaron Crow, o “Mentalista Silencioso” que chega da Bélgica e cuja actuação é marcada pelo suspense e ainda Tá na Manga, uma dupla de ilusionistas unidos pelo amor ao teatro e música, premiados em vários festivais internacionais, nomeadamente no “FISM World Championship of Magic” em 2012.

Luís de Matos, em entrevista ao Infocul, falou sobre o seu percurso, a escolha dos convidados para este espectáculo e ainda sobre as expectativas e a preparação que requer uma produção desta envergadura.

O que é que este espectáculo tem verdadeiramente de “Impossível”?

Juntar alguns dos melhores do mundo e proporcionar um espectáculo de magia, sem precedentes, para toda a família, foi o grande desafio. Conseguir articular agendas e compromissos internacionais dos os artistas convidados para este espectáculo foi difícil mas vai valer a pena. É uma oportunidade única para ver tanto talento reunido!

O percurso do Luís é rico, intenso e vasto. Como é que se reinventa um mágico?

Com dedicação, trabalho e mente atenta… (sorri). É fundamental procurarmos estar constantemente à frente do nosso tempo. O mágico, por natureza, prototipa o futuro. O que hoje é impossível para o homem não o será amanhã. E nós, com ilusão, podemos antecipar essa realidade sonhada. A linha que separa o possível do impossível é aquela que constantemente tentamos vergar.

Este espectáculo junta em palco vários artistas de nomeada. Porque os escolheu e o que acrescenta cada um ao espectáculo?

Cada um tem um estilo completamente diferente e todos com uma qualidade absolutamente invulgar! Créditos firmados mundialmente e uma forma de criar ilusões absolutamente singular e surpreendente.

Num espectáculo de magia pode jogar-se a vida?

Pode, mas neste não o faremos. Temos três semanas de representações e não podemos deixar mal os milhares de pessoas que já decidiram que vão estar connosco…

Sente-se injustiçado em Portugal? Ou acha que o público lhe reconhece o verdadeiro valor?

De maneira nenhuma! Sinto o maior dos carinhos por parte do público português e acho sempre que tenho que lhes oferecer mais e melhor. O público não faz fretes… ou gosta e apoia, ou não gosta e esquece. Tenho a maior das gratidões pelo público que me acompanha há décadas e procuro conquistar todos os que em cada dia me dão o benefício da dúvida…

Qual o truque que nunca conseguiu executar?

Aquele que amanhã espero inventar…

Para o Tivoli BBVA o que está a ser preparado, sem revelar tudo?

O melhor de mim e de todos os que em cada um dos 24 espectáculos subirão ao palco na tentativa de merecer o privilégio de ter pessoas que decidiram ir ver-nos.

Este espectáculo realiza-se já em plena quadra festiva. É juntar duas magias distintas?

A magia é uma linguagem transversal que atravessa idades, culturas, geografias, gostos e sensibilidades. Atravessa igualmente os 365 dias do ano podendo acontecer em qualquer altura, porém, o Natal é um período de família. Queremos oferecer isso mesmo, um espectáculo de grande qualidade e para toda a família!

Sente que a maior sensibilidade que o natal traz pode abrir mais a mente à descoberta da magia?

Espero que sim… (sorri)

Quando é que começou a pensar neste espectáculo e quando tempo demorou a construi-lo?

Este espectáculo foi decidido e começado a desenhar há exactamente um ano. Porém, quando cada um de nós entrar em palco, o que tem a oferecer é a experiência de toda uma carreira. Por isso, diria que levou a vida toda a preparar…

Como pode o público interagir consigo nas redes sociais?

Sou particularmente activo no Facebook e Instagram. As minhas redes são geridas por mim e só por mim. Hoje em dia as pessoas não têm paciência para nada que não seja autêntico, apaixonado e sincero.

Dedica muito tempo às redes sociais?

Procuro manter o maior contacto possível com todos quantos me seguem. É com orgulho que me encontro entre as vinte pessoas ligadas ao mundo do espectáculo com maior presença nas redes em Portugal. Não o faço por isso ou por achar que temos sempre que estar preocupados com qualquer tipo de ranking, faço-o porque nas redes posso informar, opinar e, especialmente, demonstrar a minha gratidão para com o meu público e aqueles que o poderão vir a ser.

Qual a importância delas no seu trabalho?

Gosto que quem me segue me conheça, que sejam os primeiros a saber onde estou no mundo ou qual o meu próximo desafio.

Quanto tempo pode demorar a ensaiar um único truque? No mínimo…

O ensaio nunca termina. Todas as ilusões crescem a cada vez que são partilhadas com o público. A criação, por outro lado, pode demorar um mês ou uma década…

Quanto custa um espectáculo desta envergadura e o que é necessário para o trazer a palco?

Custa, acima de tudo, uma dedicação plena, na consciência de que para o público, seremos sempre tão bons como o nosso último espectáculo, facto que nos leva, e ainda bem, a constantemente nos reinventarmos, tentarmos surpreender e tudo fazer para continuar a merecer o respeito e carinho do público. No próximo mês de Dezembro vou estrear o espectáculo Impossível no Teatro Tivoli BBVA. Aí passarei três semanas onde dependo exclusivamente do respeito e benefício da dúvida que o público decidir dedicar-me. O verdadeiro custo de um novo espectáculo é o colocar em risco tudo quanto fizemos até hoje. Esse aspecto é também extraordinariamente motivador… (sorri)

Qual a mensagem que deixa aos leitores do Infocul?

Não percam o “Impossível Ao Vivo” no Teatro Tivoli BBVA em Dezembro! Serão 24 representações apenas! É prenda ideal para este Natal… oferecer e ir! Dessa forma o prazer de oferecer não se esgota no momento da oferta, prolongando-se pelo testemunho e participação no usufruir da mesma e das memórias que ela deixará. Venham ver-nos!

Os bilhetes custam entre 10 e 24 euros.

Fotografia: Ana Dias

Rui Lavrador

Iniciou em 2011 o seu percurso em comunicação social, tendo integrado vários projectos editoriais. Durante o seu percurso integrou projectos como Jornal Hardmúsica, LusoNotícias, Toureio.pt, ODigital.pt, entre outros Órgãos de Comunicação Social nacionais, na redacção de vários artigos. Entrevistou a grande maioria das personalidades mais importantes da vida social e cultural do país, destacando-se, também, na apreciação de vários espectáculos. Durante o seu percurso, deu a conhecer vários artistas, até então desconhecidos, ao grande público. Em 2015 criou e fundou o Infocul.pt, projecto no qual assume a direcção editorial.

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