Mariza celebrou 47 anos com concerto emocionante na Praça de Touros do Campo Pequeno

Mariza actuou, esta quarta-feira, na Praça de Touros do Campo Pequeno, num espectáculo inserido no ciclo Santa Casa Portugal ao Vivo. Buba Espinho teve a responsabilidade de actuar na primeira parte.

 

Acompanhado por Bruno Chaveiro (guitarra portuguesa), Flávio César Cardoso (viola clássica) e André Moreira (baixo), Buba apresentou alguns dos temas que integram o seu primeiro disco. Temas como “Olhos de Mel”, “Roubei-te um beijo” e “Zé de Alfama” constaram do seu curto alinhamento. O jovem alentejano esteve bem, com qualidade que já lhe é reconhecida e trazendo à capital um pouco do calor do Cante Alentejano e também do Fado.

Mas a estrela desta noite foi Mariza: Por ser a cabeça de cartaz e ainda porque celebrava mais um aniversário.

Abriu o espectáculo com a interpretação dos temas “Estranha Forma de Vida” e “Sem ti”.

Seguidamente, falou ao público para o saudar. “Boa noite. Boa noite. Boa noite, Campo Pequeno. Que saudades que eu tinha de cantar. Que saudades que eu tinha de vocês…“, começou por dizer. Foi interrompida pelo público que lhe cantou os parabéns.

Vocês querem deixar-me sem palavras. Eu já estou nervosa porque não canto há muito tempo“, acrescentou Mariza. Recordou que celebra 47 anos e que “esta é uma noite especial. Uma noite de amigos“.

Seguiu-se o tema “Lágrima”, single do mais recente disco em que canta reportório de Amália Rodrigues, antes de recuar ao penúltimo disco para interpretar “Semente Viva”. Convidou o público a cantar, “com máscaras e tudo“, o tema “Quem me dera” e a verdade é que o coro do Campo Pequeno fez-se ouvir no refrão.

Recordou ter nascido numa ex-colónia portuguesa e que África acaba por estar sempre presente nos seus discos e que o tema que se seguiria fazia a ponte entre Lisboa e São Vicente.

Do novo disco, trouxe “Gaivota”, também do repertório de Amália Rodrigues.

Pela primeira vez apareceu um tema num disco meu, assinado por mim. E está noite canto para vós: Oração“, disse Mariza, sobre um outro tema que integrou o alinhamento, no Campo Pequeno.

Um dos, senão o maior, sucessos de Mariza é “Chuva”, da autoria de Jorge Fernando, e também não faltou no Campo Pequeno. Com a percursão a dar entrada, seguiu-se “Barco Negro”, no qual Mariza mostrou o poder vocal devidamente reconhecido pelo mundo.

Os espectáculos de Mariza são um Hino ao bom gosto, na concepção, alinhamento, qualidade cénica e isso acaba por fazer a diferença. Está num patamar muito alto e ao qual poucos artistas em Portugal conseguem, actualmente, aceder.

Destaque ainda para temas como “Cravos de Papel”, “Primavera”, “Quem me dera”, “O melhor de mim” e “Ó Gente da Minha Terra”, com o qual encerrou um bonito espectáculo.

Em palco, esteve brilhantemente acompanhada por Luís Guerreiro na guitarra portuguesa, Filipe Ferreira na guitarra acústica, João Frade no acordeão, João Freitas nas percursões e Adriano Alves no baixo.

Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Rute Nunes e Carlos Pedroso


Publicado

em

, , ,

por